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Foi o terceiro ano seguido de saldos positivos na abertura de empresas, depois de cinco anos consecutivos de extermínio de companhias.

Segundo o IBGE, o bom desempenho pode ter influência de diferentes fatores, entre eles os incentivos do governo a empresas e manutenção de empregos durante a crise sanitária, e a mudança recente na metodologia de cálculo do levantamento do IBGE, que tem como base o Cadastro Central de Empresas (Cempre) – e passou a incorporar também as informações do eSocial, num processo de substituição gradativa dos dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

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Outro elemento que pode ter influenciado o resultado é o chamado empreendedorismo por necessidade, movimento de abertura de CNPJs por trabalhadores que perderam seus empregos ou que precisaram complementar a renda da família. Em 2023 o desemprego está crescente e contudo as empresas estão sendo encerradas.

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“Isso a gente vai ver principalmente nas empresas de pequeno porte. O crescimento acelerado fora do comum nas empresas de pequeno porte, que não contratam trabalhadores, significa que pode haver ali indicativo de empreendedorismo por necessidade”, diz Thiego Ferreira, gerente da pesquisa do IBGE.

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O retrato apresentado pela pesquisa considerando o porte da empresa mostra que o recorde foi puxado justamente pela abertura de CNPJs sem pessoal ocupado assalariado, ou seja, sem funcionários contratados.

Esse universo de empreendedores alcançou um ápice de 2,748 milhões em 2021. Em três anos de crescimento, o País ganhou mais de 728 mil entidades empresariais desse porte, sendo 439 mil delas abertas nos dois anos de pandemia (2020 e 2021).

No grupo de empresas com 1 a 9 trabalhadores assalariados, havia 1,976 milhão de empresas ativas, 71 mil a mais que no ano anterior.

Na faixa que empregava 10 ou mais funcionários assalariados, havia pouco mais de 472 mil empresas ativas, quase 29 mil a mais do que em 2020.

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Em 2021, as quase 5,2 milhões de empresas ativas no País empregavam 41,7 milhões de pessoas ocupadas, sendo 34,3 milhões (82,4%) como assalariadas e 7,3 milhões (17,6%) na condição de sócios ou proprietários. Os salários e outras remunerações pagos por essas entidades totalizaram R$ 1,2 trilhão. O salário médio mensal foi de R$ 2.823,92. A idade média das empresas era de 11,4 anos.

No ano de 2021, 82,2% das empresas ativas eram sobreviventes, 4,3 milhões. As demais (17,8%) existentes foram as que entraram no mercado, 926,1 mil empresas (776,9 mil nascimentos e 149,1 mil reentradas).

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A taxa de entrada de empresas foi de 17,8%, enquanto a taxa de saída ficou em 11,7%, a mais baixa da série histórica. Em 2021, 605,8 mil empresas tiveram suas atividades encerradas, o que, considerando também as entradas, gerou um saldo positivo de 320,2 mil empresas a mais no ano, o maior da série histórica da pesquisa.

Segundo Thiego Ferreira, o saldo positivo no número de empresas foi mais influenciado pela queda na taxa de saída. No ano anterior, em 2020, a taxa de entrada foi de 16,9%, enquanto a taxa de saída foi de 13,0%, gerando um saldo positivo mais modesto, de 192 mil empresas a mais.

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O segmento de comércio foi o que mais contribuiu para o saldo positivo de 2021, com 66 mil empresas a mais, seguido pelos ramos de atividades profissionais, científicas e técnicas, mais 53,4 mil, e saúde humana e serviços sociais, mais 45,2 mil.

Empresas de alto crescimento

O levantamento mostrou ainda que houve um aumento de 13,4% no número de empresas empreendedoras no País, totalizando 27,6 mil companhias de alto crescimento em 2021.

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As empresas de alto crescimento, chamadas de empreendedoras, são aquelas com pelo menos 10 empregados assalariados que aumentaram as contratações acima de 20% ao ano por três anos.

Em 2021, as empresas empreendedoras ocupavam 3,971 milhões de assalariados, um aumento de 11,7% no total de funcionários atuando nessas entidades empresariais em relação ao ano anterior.

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O levantamento do IBGE compreende apenas as entidades empresariais privadas consideradas ativas, ou seja, exclui órgãos da Administração Pública, entidades sem fins lucrativos e organizações internacionais listadas no Cempre. Os Microempreendedores Individuais (MEI) também não são considerados no estudo, frisou o IBGE.

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