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O empresário Marco Antonio Puerta buscou a Justiça contra a XP Investimentos, pedindo que a corretora lhe devolva os valores perdidos numa transação de R$ 15 milhões. Ele é pai de um ex-funcionário da corretora, que teria mediado a operação com o empresário após ser pressionado pelo chefe.

Na quinta-feira 22 de agosto, o juiz André Augusto Salvador Bezerra concedeu medida liminar (provisória) determinando a suspensão da cobrança de juros de empréstimo ligado à operação.

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Conforme a ação, que tramita na 42ª Vara Cível de São Paulo, o filho passou a ser alvo de constrangimento contínuo por parte da XP, inclusive com ameaças de demissão, para que seu pai topasse a operação financeira.

O empresário tinha cerca de R$ 22 milhões investidos na corretora em um “fundo private”, com CNPJ próprio e assessores exclusivos. Ele disse que passou a receber propostas para realocar os recursos logo após seu filho ser contratado pela empresa, no final de 2021.

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De acordo com a ação, Gabriel convenceu seu pai a fazer uma “operação mista”, que consistia em tirar R$ 15 milhões do fundo exclusivo para aplicá-los em COEs (certificados de operações estruturadas) por cinco anos. Este investimento combina uma parte de renda fixa e ativos mais arriscados, como commodities, moedas e Bolsas estrangeiras.

O investimento também envolvia a tomada de um empréstimo de R$ 15 milhões mediante CCB (Cédula de Crédito), com juros pagos semestralmente.

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A lógica era que os rendimentos do COE pagariam com sobra os juros do empréstimo, garantindo um lucro substancial, entre R$ 475 mil e R$ 3 milhões. Mas não foi o que aconteceu.

Operação na XP foi feita em março de 2022 e trouxe grande prejuízo ao pai do funcionário
Segundo informações do processo, a operação foi feita em março de 2022 e só trouxe prejuízo. Além de rebaixar o perfil do empresário de “private” para “unique” na corretora, os rendimentos não eram suficientes para cobrir os juros do empréstimo.

A defesa do empresário disse que seu cliente não foi alertado dos riscos e que a equipe da XP forçou um negócio inútil, desfavorável ao cliente, tão somente para garantir à equipe os bônus de investimento.

No processo também estão anexadas capturas de tela com conversas via WhatsApp que mostram a pressão do chefe sobre Gabriel para forçar o pai a aderir ao investimento.

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A defesa pede na ação que a operação seja anulada e que, além de devolver os valores usados, a XP indenize Marco em R$ 3 milhões referentes aos juros do empréstimo (a liminar da semana passada interrompe, por enquanto, a cobrança dos juros).

A defesa também acionou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre o caso.

Em nota, a XP disse não comentar casos na Justiça, mas afirmou que os “poucos fatos publicados estão fora de contexto” e que vai recorrer da decisão liminar.

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A operação que trouxe prejuízo ao cliente da XP é um COE, tipo de investimento que não oferece nenhuma garantia ao consumidor, mas muito indicado pelos analistas pelas comissões que recebem. As reclamações contra as corretoras e os bancos tem crescido muito. Elas exigem que seus funcionários e influenciadores “vendam” investimentos lucrativos apenas para a instituição e que na maioria das vezes lesam o cliente, afirmam advogados.

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