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O presidente Lula gastou R$ 8,3 milhões com cartões corporativos em seis meses. Nos primeiros quatro meses do ano, a média de gastos ficou em R$ 1,1 milhão. Em junho, chegou a R$ 1,7 milhão; em julho, alcançou R$ 1,9 milhão. O crescimento dessas despesas acompanhou o ritmo das visitas de Lula pelo país no período pré-eleitoral.

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Os cartões pagam despesas de viagens como passagens, hospedagens e alimentação dos seus seguranças e assessores, além das despesas do Palácio da Alvorada, onde mora o presidente. Mas a gastança já foi maior. Nos seus primeiros mandatos, de 2003 a 2010, Lula costumava abastecer a sua despensa com bebidas e refeições caras, como cachaça Havana, camarão GGG e barbatana de tubarão. Em oito anos, foram gastos R$ 116 milhões com cartões (em valores atualizados pela inflação).

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Em janeiro deste ano, os pagamentos de despesas com cartões chegaram a R$ 1,76 milhão. Mas esses pagamentos foram relativos a gastos feitos no mês anterior – dezembro de 2022. O extrato do mês é relativo sempre às despesas do mês anterior.

Neste ano, com aliados políticos envolvidos na pré-campanha eleitoral, Lula gastou R$ 2,6 milhões em viagens nacionais, considerando apenas diárias e passagens. Ele inaugurou, visitou ou lançou obras e projetos. Até junho, foram 53 viagens pelo país. Bem mais do que as despesas do ano passado no mesmo período – R$ 1,5 milhão. As despesas com hospedagem, aluguel de veículos e alimentação são divulgadas somente após o final do mandato do presidente.

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Em abril, Lula fez um roteiro pelo Nordeste. Inaugurou Estação Elevatória de Água em Arco Verde e o Trecho Belo Jardim-Caruaru da Adutora do Agreste Pernambuco. Participou da inauguração da Fábrica de Medicamentos da Hemobrás, em Goiana (PE) e autorizou o início das obras de contenção de encostas em Recife. Dali, seguiu para Juazeiro do Norte (CE). Em Iguatu, visitou as intermináveis obras da Ferrovia Transnordestina, iniciadas em 2006, no seu primeiro governo. No total, o tour nordestino custou R$ 237 mil em diárias e passagens. Em outra viagem ao Nordeste, visitou a Refinaria Abreu e Lima – projeto lançado por Lula em 2005, mas ainda inacabada.

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A Secom acrescentou que as despesas pagas neste ano (fevereiro a agosto) somam R$ 8,35 milhões. No mesmo período de 2023, o valor foi de R$ 7,9 milhões: “Vale reforçar que todas as despesas seguem normas legais e regulamentares vigentes e são disponibilizadas no Portal da Transparência do Governo”.

Sobre o aumento das viagens de Lula pelo país neste ano, a Secom afirmou que, “desde janeiro de 2023, o presidente tem se dedicado à reconstrução de programas e ações do governo fundamentais para a melhoria da qualidade de vida da população e que foram negligenciados na gestão anterior e para restabelecer o ambiente de diálogo democrático com governos estaduais e municipais. Já em 2024, a ênfase está em colher os frutos desses investimentos. Assim, o presidente Lula tem realizado compromissos por todo o território brasileiro”

A gastança em 20 anos
Os gastos dos presidentes com cartões corporativos podem parecer pequenos quando comparados com outras despesas da União. Mas a soma desses números impressiona. Nos dois primeiros mandatos mais o atual, Lula torrou R$ 130 milhões com cartões corporativos. Bolsonaro gastou R$ 50 milhões no seu único mandato; Dilma Rousseff, R$ 54 milhões no primeiro mandato mais o início do segundo, até sofrer o impeachment. Os dados foram obtidos pela Agência Fiquem Sabendo e atualizados pela inflação do período. As despesas dos três presidentes com cartões de 2003 a 2023 somaram R$ 234 milhões.

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Lula gastou R$ 65 milhões com cartões no seu primeiro mandato, de 2003 a 2006. Considerando apenas o primeiro ano do primeiro mandato, em 2003, a gastança chegou a R$ 17 milhões. No segundo mandato, até 2010, a despesa ficou em R$ 53 milhões. No atual governo, Lula gastou mais R$ 14 milhões com cartões corporativos até dezembro de 2023. Os dados foram atualizados pela inflação do período. As despesas de todos os presidentes com cartões de 2003 a 2023 somaram R$ 253 milhões.

Gastos são da Presidência, diz Secom
Procurado pelo blog, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência afirmou que “o presidente da República não é portador de nenhum Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF). O uso do cartão é realizado por servidor nominalmente indicado pelo Ordenador de Despesas. Portanto, os gastos são da Presidência da República. Não são e nem devem ser tratados como despesas pessoais do presidente”. O ex-presidente Jair Bolsonaro dizia o mesmo: que não tinha cartão. As despesas eram pagas por servidores. Mas ninguém imagina que o presidente vai pagar a conta do hotel ou as compras no supermercado. Alguém paga as suas contas.



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