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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja a Nova York neste sábado 21, para participar da 79ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) e para reuniões em que pretende discutir a reforma de instituições multilaterais e a democracia.

Lula chega aos Estados Unidos no momento em que seu governo registra uma seca histórica e números recordes de incêndios em diversas regiões do país. Ainda assim, deve manter a cobrança aos países mais ricos por financiamento para preservação ambiental e transição energética.

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Dirá que a situação no Brasil é consequência da crise climática pela qual o planeta passa e que todos têm responsabilidade.

Desde o início do seu 3º mandato, Lula apostou sua reputação internacional na pauta ambiental. Embora tenha conseguido reduzir os níveis de desmatamento na Amazônia e em outras regiões do país, terá de convencer os líderes internacionais de que é preciso agir em conjunto. Não será tarefa fácil.

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Reações, ainda que protecionistas, estão em curso. A União Europeia, por exemplo, adotará a partir de 2025 uma regra que proíbe importações de produtos de áreas desmatadas ilegalmente. O Brasil tentou reverter a decisão, sem sucesso.

No ano passado, em 2023, Lula fez um discurso na ONU que foi festejado pelo governo brasileiro, mas no exterior teve baixa repercussão e críticas. No dia seguinte a sua fala, o assunto principal em jornais dos Estados Unidos e da Europa foi a guerra na Ucrânia e como outros líderes criticaram a ação da Rússia.

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O Brasil teve a sua capital encoberta por fumaça durante 3 dias na última semana. Maior cidade do país, São Paulo já havia registrado, por 5 dias, o pior ar do mundo entre as metrópoles. O presidente foi obrigado a dizer terça-feira 17 que a nação não estava “100% preparada” para a onda de incêndios. “O que a gente tem visto no Brasil tem uma relação muito grande com os eventos climáticos extremos. Ou seja, uma seca excepcional que está, de certa maneira, relacionada a essas transformações que têm acontecido.

Então, nesse sentido acho que [Lula] vai levar para o cenário Internacional e e dizer que é preciso atuar rapidamente e agir porque ‘vejam só o que está acontecendo no Brasil’”, disse o secretário de assuntos multilaterais políticos do Itamaraty, Carlos Cozendey, a jornalistas na quinta-feira 17.

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Além disso, o petista relacionará os eventos atuais ao descaso de países ricos que prometem, sem cumprir, US$ 100 bilhões anuais para ações ambientais. Lula não deve mencionar, porém, a falta de planejamento para o combate ao fogo no Brasil, alvo de crítica de governadores e sociedade.

Para reduzir possíveis críticas, Lula cogita anunciar em Nova York o presidente da COP30, a conferência do clima organizada pela ONU que será realizada em Belém (PA) em 2025. A ideia era oficializar o nome na COP29, que será realizada em Baku, no Azerbaijão, em novembro, mas o governo quer ter anúncios positivos na semana em que Lula estará ao lado dos principais líderes globais.

O diplomata André Corrêa do Lago é nome mais cogitado no Executivo, mas a secretária nacional de Mudanças do Clima, do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, também é mencionada por integrantes do Executivo. Quem for escolhido terá como função negociar as questões climáticas entre os países. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, acompanhará o presidente na ONU.

Com essa viagem, Lula terá viajado para 36 países em 2023 e 2024. Em seu 3º mandato, o objetivo do petista é construir uma imagem de estadista, de grande negociador e que possa, eventualmente, lhe render a indicação para o prêmio Nobel da Paz.

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Até agora, entretanto, suas incursões não têm sido muito bem-sucedidas. Lula proferiu algumas frases consideradas controversas em relação a conflitos externos. Falou que a Ucrânia e a Rússia eram culpadas de maneira equânime pela guerra e comparou a reação de Israel ao Hamas, na Faixa de Gaza, ao extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler na Alemanha nazista.

Sem contar ainda a situação atual de insegurança fiscal e jurídica a qual o Brasil se encontra sob sua gestão. Seu silêncio sobre a fraude e o massacre que vem ocorrendo na Venezuela também tem alarmado lideranças mundiais.

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