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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira que a taxa de juros neutra considerada pela autarquia atualmente é de 4,75% e reconheceu que ela está acima do verificado em outros países.

“Usamos 4,75% para a estimativa de juros neutros… está entre 4,5% e 5%”, afirmou Campos Neto no evento “Cenário econômico do Brasil e desdobramentos para 2025”, promovido pela Aurum Wealth Management & Multi Family Office e Veedha Investimentos, em São Paulo. “A taxa neutra no Chile é em torno de 1%; no Brasil é 4,75%”, comparou.

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A taxa neutra é aquela em que não há estímulo inflacionário nem desinflacionário. Ela é uma variável não observável, apenas calculada pelas instituições.

Em sua fala, Campos Neto pontuou que o fato de a taxa neutra no Brasil ser mais elevada na comparação com outros países faz com que o BC brasileiro também tenha que adotar uma taxa básica Selic mais alta.

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“O importante não é olhar a taxa de juros real, mas o esforço monetário, que é a diferença entre a taxa de juros e a taxa neutra”, comentou. “Como o Brasil tem taxa neutra muito alta, a taxa de juros tem que ser maior” para frear a inflação, acrescentou.

Em sua apresentação, Campos Neto também repetiu a ideia de que o Brasil foi capaz de reduzir seus juros de forma sustentável apenas nos momentos em que conseguiu produzir um “choque positivo no fiscal”.

Segundo ele, o governo precisará produzir em algum momento um choque positivo no fiscal, para que o país possa trabalhar com juros mais baixos.

Questionado sobre o que fará após deixar o comando do BC, a partir de 2025, Campos Neto limitou-se a dizer que gostaria de voltar a atuar na iniciativa privada.

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