O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na sexta-feira 11 aproveitou para usar uma nova desculpa para afirmar que comprará novos aviões para a Presidência da República para que, além dele, ministros também possam usar em viagens. A decisão foi tomada pelo petista depois de ter vivenciado uma pane na semana passada na Cidade do México, que o manteve sobrevoando a capital mexicana por quase 5 horas. Para Lula, a nova compra não é privilégio seu, mas segurança para integrantes do governo.
Lula já queria um avião maior e com mais luxo desde o início de seu mandato, porém com o imensos endividamento do país e o período eleitoral acabou deixando a ideia adormecida.
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“Desse problema tiramos uma lição. Vamos comprar não apenas um avião, mas alguns aviões. O Brasil é um país grande com 8 milhões de km2, com 360 mil km de florestas tropicais, com 8 mil km de fronteiras marítimas, com 5 milhões de km² de água que é responsabilidade do Brasil. Nós precisamos nos preparar, não podemos ser pegos de surpresa”, disse Lula em entrevista à rádio O Povo/CBN, de Fortaleza….
O presidente contou ter pedido ao ministro da Defesa, José Múcio, para avaliar propostas de modelos de aeronaves não apenas para uso do presidente, mas também dos ministros. “Vamos comprar um avião para o presidente da República. Entendendo que a ignorância não pode prevalecer. Um avião para o presidente da República não é um avião para o Lula, para o Fernando Henrique Cardoso, para o Bolsonaro, para quem foi presidente. É um avião para a instituição Presidência da República, para quem quer que tenha sido eleito. E vamos comprar alguns outros aviões porque é preciso os ministros viajarem. Não governamos com ministro que fica coçando em Brasília”, disse. O Airbus VC-1A, conhecido como Aerolula, foi comprado em 2004 por US$ 56,7 milhões (US$ 91,7 milhões, em valores atualizados, o equivalente a R$ 500 milhões). Na entrevista, Lula disse ter superado o apelido que foi dado à aeronave de forma pejorativa.
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“Quando comprei esse avião, era o mais pequeno da Airbus, comprei o mais barato e o menor. Mesmo assim o Brizola cunhou como o Aerolula. Como se o avião fosse um privilégio do presidente. Eu superei isso. Um presidente tem que se respeitar, uma instituição tem que se respeitar. Não precisa um presidente correr riscos”, disse. Lula contou como reagiu à pane no avião presidencial em 1º de outubro, quando voaria da Cidade do México de volta para Brasília. De acordo com ele, ainda na pista, quando o avião já corria para a decolagem, o barulho da aeronave estava diferente. “Havia um ronco diferente, o avião trepidava muito. Assim que decolou e continuou com o barulho estranho, eu me levantei e fui falar com os pilotos. A porta estava fechada, eu bati. O piloto abriu.
Lula contou que o avião sobrevoou a região do aeroporto por duas horas quando se decidiu que precisariam rodar mais duas horas. “Eu pedi para servir o almoço. Até fiz uma brincadeira estúpida porque eu disse que não sabia se ia ter comida no céu. […] Todo mundo teve tempo de repensar sua vida. Pensei muito sobre o que eu tinha para fazer”, disse.
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O avião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve que dar voltas acima da Cidade do México por causa de um problema técnico logo depois da decolagem em 1º de outubro. A FAB (Força Aérea Brasileira) informou que o problema técnico no avião VC-1, um Airbus 319 CJ, foi resolvido “com sucesso”. Declarou também que os pilotos precisavam gastar o combustível antes de retornar ao Aeroporto Internacional General Felipe Ángeles, na capital mexicana –onde trocou de avião e voltou a Brasília.
A manobra de queimar combustível antes de um pouso não previsto é comum. Normalmente, o peso do avião no momento da decolagem é superior ao máximo permitido no pouso –pousar com a aeronave pesada aumenta o risco de uma colisão com o chão.