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O governo do presidente Javier Milei anunciou o cancelamento da aposentadoria e da pensão de viúva da ex-presidente Cristina Kirchner, um dia após a Justiça argentina confirmar, em segunda instância, sua condenação a seis anos de prisão por corrupção. A medida foi comunicada pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, que classificou os benefícios como “privilégios que não deveriam existir, especialmente para condenados por fraudar milhões de argentinos”.

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De acordo com a Administração Nacional de Segurança Social (Anses), a suspensão abrange os dois benefícios de Kirchner, que somavam 21,8 milhões de pesos argentinos, cerca de R$ 126 mil mensais. A ex-presidente continuará a receber apenas os valores relativos às contribuições previdenciárias regulares, sem os adicionais exclusivos concedidos a ex-presidentes e viúvas de chefes de Estado.

Adorni afirmou que a decisão reflete o comprometimento do governo Milei em combater privilégios indevidos, ressaltando que tais benefícios são outorgados de forma “excepcional e extraordinária” como reconhecimento à honra, mérito e bom desempenho no cargo. “Cristina Kirchner manchou a honra e a dignidade dos argentinos”, afirmou o porta-voz.

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Cristina Kirchner foi condenada pela Câmara de Cassação Penal da Argentina por “administração fraudulenta”, em um esquema que favoreceu empresários e superfaturou contratos de 51 obras rodoviárias na província de Santa Cruz, reduto político da família Kirchner. A ex-presidente nega envolvimento e alega ser alvo de perseguição judicial.

Em sua conta no Twitter/X, Kirchner reagiu à decisão do governo com duras críticas. “Era o único que faltava, Milei”, escreveu. Segundo ela, o presidente está extrapolando suas funções ao tentar “julgar a honra, o mérito e o bom desempenho” de ex-presidentes, acusando-o de se comportar como um “pequeno ditadorzinho”.

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A líder peronista também argumentou que a pensão de ex-presidentes não depende de avaliação de desempenho, mas sim do fato de terem sido eleitos democraticamente. “O mau desempenho de um presidente só pode ser julgado pelo Congresso da Nação, durante o mandato, através de um processo constitucional de julgamento político”, afirmou.

Kirchner concluiu sua declaração afirmando que Milei lhe provoca “pena e vergonha alheia” e o acusou de se aliar ao que chamou de “máfia judicial” para persegui-la politicamente.

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A decisão de cancelar os benefícios de Cristina Kirchner ocorre em meio a um clima político tenso na Argentina, com Milei promovendo reformas radicais e um discurso voltado ao combate de privilégios políticos. A medida contra a ex-presidente é vista como um gesto simbólico para reafirmar sua promessa de campanha de combater a corrupção e acabar com privilégios do sistema político tradicional.

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No entanto, a decisão também exacerba a polarização no país, alimentando críticas de setores peronistas que acusam Milei de perseguir adversários políticos. Para aliados de Milei, a medida representa um marco no que consideram uma limpeza institucional. Já para o campo peronista, é mais um capítulo de uma guerra judicial contra figuras da esquerda argentina.

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