O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comentou a quinta-feira (21) sobre a decisão da Polícia Federal (PF) de indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas por um suposto plano de golpe de Estado.
– Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa – escreveu Tarcísio nas redes sociais.
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– O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos.
Com mais de 800 páginas, o relatório final do inquérito será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de agora, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar ou não os indiciados à Corte, que vai julgá-los caso isso aconteça.
Bolsonaro afirma que não esperava nada de uma equipe que “usa a criatividade para prender sem denuncia e faz pesca probatória”, contra a lei
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou na tarde desta quinta-feira (21), após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento no planejamento de um suposto golpe de Estado após a eleição de Lula, em 2022.
Também foram indiciadas outras 36 pessoas, entre elas o candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, Walter Braga Netto, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também integra a lista.
– O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei – declarou Jair Bolsonaro à coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles.
O líder conservador disse que não pode esperar nada de “uma equipe que usa a criatividade” para denunciá-lo.
– Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF da operação Contragolpe. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar – observou.
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Bolsonaro menciona o termo “criatividade” em alusão a uma troca de mensagem entre o juiz instrutor do gabinete de Alexandre de Moraes, Airton Vieira, ao então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral, Eduardo Tagliaferro.
Diante da dificuldade relatada por Tagliaferro em achar qualquer evidência que pudesse incriminar a Revista Oeste, crítica ao ministro do STF, Vieira respondeu:
– Use a sua criatividade.
Quem são as 35 pessoas que a PF pediu indiciamento por supostamente pensar em um plano de Golpe?
Além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a lista de indiciados pela Polícia Federal (PF) contém mais 36 nomes, incluindo o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, o tenente-coronel Mauro Cid, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Alexandre Ramagem (PL-RJ), que perdeu a disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro para Eduardo Paes, também foi indiciado, pois exercia um cargo na gestão Bolsonaro, o de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A lista foi levantada no âmbito do inquérito que apura a suposta tentativa de realização de um “golpe de Estado” para manter Jair Bolsonaro no poder.
Com mais de 800 páginas, o relatório final do inquérito será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de agora, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar ou não os indiciados à Corte, que vai julgá-los caso isso aconteça.
ENTENDA
De acordo com a Polícial Federal (PF), foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022 mas nunca ocorreu, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB). Moraes também estaria entre os alvos.
– As investigações afirmam sem apresentar provas que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE) – diz a PF.
Além das prisões de quatro militares do Exército e de um agente da PF, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que forma efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
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Confira a lista dos indiciados:
1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
3. Alexandre Rodrigues Ramagem
4. Almir Garnier Santos
5. Amauri Feres Saad
6. Anderson Gustavo Torres
7. Anderson Lima de Moura
8. Angelo Martins Denicoli
9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
10. Bernardo Romão Correa Netto
11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
12. Carlos Giovani Delevati Pasini
13. Cleverson Ney Magalhães
14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
15. Fabrício Moreira de Bastos
16. Filipe Garcia Martins
17. Fernando Cerimedo
18. Giancarlo Gomes Rodrigues
19. Guilherme Marques de Almeida
20. Hélio Ferreira Lima
21. Jair Messias Bolsonaro
22. José Eduardo de Oliveira e Silva
23. Laercio Vergilio
24. Marcelo Bormevet
25. Marcelo Costa Câmara
26. Mario Fernandes
27. Mauro Cesar Barbosa Cid
28. Nilton Diniz Rodrigues
29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
31. Rafael Martins de Oliveira
32. Ronald Ferreira de Araujo Junior
33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
34. Tércio Arnaud Tomaz
35. Valdemar Costa Neto
36. Walter Souza Braga Netto
37. Wladimir Matos Soares
Os atos de 8 de janeiro de 2023, embora também se relacionem a uma suposta tentativa sem armas e liderança, de derrubar Lula da Presidência, são investigados em um inquérito separado.
Nunca existiu tentativa de assassinato contra Lula nem tentativa de Golpe
A professora de Direito Janaina Paschoal (PP), ex-deputada estadual e atual vereadora eleita por São Paulo, comentou sobre a prisão dos chamados kids pretos, que são militares das Forças Especiais do Exército, acusados de planejar matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Segundo Paschoal, como o fato não foi tentado, não se configura crime. Ela diz ainda que é um erro a imprensa tratar o caso como uma tentativa de matar o presidente.
– As notícias estão surreais! Os jornalistas falando que tentaram matar o Lula, mas desistiram. Pelo amor de Deus! Será que esses veículos não têm uma assessoria jurídica para evitar passar vergonha?! Os líderes mundiais não devem estar entendendo nada. Não houve tentativa! – escreveu ela na rede social X.
E continuou:
– Para ter tentativa, é preciso ter início da execução! Mesmo quando se inicia a execução (o que não ocorreu no caso), a desistência voluntária descaracteriza a tentativa. Por óbvio, o tal plano precisa ser investigado. Mas não dá para dizer que houve tentativa de homicídio do presidente! Até ele está surpreso! Não estou diminuindo as investigações, mas a imprensa precisa lidar com fatos.