A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) por calúnia e difamação devido a declarações feitas em plenário durante sua atividade parlamentar, contra o delegado Fábio Alvarez Shor, ligado a investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. O caso repercutiu nacionalmente, reacendendo debates sobre imunidade parlamentar e aproximando ainda mais Van Hattem de Bolsonaro.
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O episódio que motivou o indiciamento ocorreu em agosto, quando Van Hattem, durante discurso na Câmara dos Deputados, classificou o delegado Shor como “bandido” e criticou seus relatórios como “fraudulentos”. As críticas focaram na atuação do delegado em inquéritos coordenados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que têm como alvo Bolsonaro e militantes da oposição. “Eu quero que as pessoas saibam quem é esse dito policial federal que fez relatórios contra pessoas inocentes”, afirmou o parlamentar. Ele também reiterou sua imunidade parlamentar, afirmando: “Deveria até ter começado dizendo isso”.
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Embora a Constituição Federal garanta a deputados e senadores imunidade por palavras e votos no exercício do mandato, o delegado Marco Bontempo argumentou que essa proteção não é absoluta. Para reforçar sua tese, citou precedentes, como um caso envolvendo o senador Jorge Kajuru, processado por declarações feitas fora do ambiente parlamentar.
O indiciamento acabou favorecendo politicamente Marcel Van Hattem. Bolsonaro, que no início do ano admitia desconfiança em relação ao deputado, agora o enxerga como um importante aliado na oposição ao STF. O ex-presidente já sinalizou apoio à candidatura de Van Hattem ao Senado em 2026, estratégia central para consolidar uma bancada no Congresso disposta a pautar o impeachment de ministros do Supremo e revisar decisões consideradas “abusos do Judiciário”.
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Além disso, o episódio aumentou a popularidade de Van Hattem junto à base bolsonarista, consolidando sua posição como uma das principais vozes contrárias ao ministro Alexandre de Moraes.
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