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O que começou como uma das principais ideias de investimento entre estrategistas de mercados emergentes de Wall Street se transformou em uma das operações mais dolorosas do ano. Está ai outra prova de que seguir recomendações de analista e corretoras é bom apenas para elas próprias.

Morgan Stanley, Bank of America, JPMorgan e Barclays e outros bancos e corretoras chegaram a recomendar que clientes montassem posições que ganham com a queda das taxas dos contratos de juros futuros no Brasil. O primeiro corte da taxa básica do Federal Reserve desde a pandemia, segundo o essa lógica, permitiria que bancos centrais ao redor do mundo flexibilizassem sua política monetária. Isso seria particularmente verdade localmente, que abrigava uma taxa de juro real de 6%.

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Mas, ao longo dos últimos meses, o que se viu foi um selloff implacável. A curva brasileira se desconectou totalmente de seus pares, com os contratos com vencimento em janeiro de 2026 subindo mais de 470 pontos-base no ano. Contratos semelhantes no México e no Chile caem no mesmo período.

O movimento foi impulsionado, em grande parte, pelos fundos locais, que estavam altamente céticos em relação ao compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de corrigir um déficit orçamentário crescente e tomaram a direção oposta. Em apenas uma semana em junho — quando o Banco Central, aparentemente, ainda estava flexibilizando a política monetária — os traders eliminaram as apostas em novos cortes e começaram a precificar aumentos nas taxas.

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Apesar de oferecer aos investidores um enorme prêmio de risco e algum isolamento de riscos como potenciais tarifas dos EUA, o Brasil “provou ser uma catástrofe”, disse Luis Estrada, estrategista da RBC Capital Markets em Toronto.

A última etapa da piora ocorreu no fim de novembro, depois que Lula incluiu uma isenção de imposto de renda para salários de até R$ 5.000 em um pacote fiscal há muito aguardado, porém mal feito. A medida, segundo os investidores, enfraqueceu o anúncio e confirmou os temores de que o presidente não tem um compromisso real com a austeridade fiscal e pagamento de dívidas feitas.

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O pacote, que era aguardado como um potencial fator de melhora para os ativos, fez com que os juros disparassem e levou o dólar à máxima histórica, que vem sendo renovada em dezembro.

“Os investidores perderam a paciência”, disse Pradeep Kumar, gestor de mercados emergentes da PGIM, que atualmente possui um posicionamento neutro em juros no Brasil. “Se um juro real de 6% a 8% não consegue estabilizar a moeda, então algo mais está acontecendo.”

Os investidores estrangeiros, muitos dos quais foram forçados a zerar apostas otimistas, estão esperando que a volatilidade diminua.

“Até que o problema fiscal seja resolvido, é realmente difícil ter um caso de investimento adequado no Brasil”, disse Pramol Dhawan, chefe da equipe de mercados emergentes da Pimco. ”Até que ponto o juro real deve subir? Não acho que nenhum modelo seja razoável o suficiente para lhe dizer.”

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