Investidores recompraram (resgataram antes do vencimento) R$ 36,9 bilhões em títulos do programa Tesouro Direto em 2024. Houve um aumento de 21,8% na retirada de dinheiro do programa na comparação com o ano anterior.
As vendas de títulos do Tesouro Direto superaram os resgates em R$ 2,462 bilhões apenas em novembro 2024. De acordo com dados divulgados na quinta-feira (26) pelo Tesouro Nacional, é o segundo maior valor da série histórica, atrás do recorde do mês de outubro último, quando as emissões líquidas de títulos atingiram R$ 2,528 bilhões.
Investidores recompraram (resgataram antes do vencimento) R$ 36,9 bilhões em títulos do programa Tesouro Direto em 2024. Houve um aumento de 21,8% na retirada de dinheiro do programa na comparação com o ano anterior.
Essa é a maior variação anual desde 2019, quando a alta foi de 43,3%. Os números são do Ministério da Fazenda e estão disponíveis no Portal de Dados Abertos do governo federal. Os valores foram corrigidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
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Nos últimos anos, uma queda na quantidade de resgates foi observada em 2021. É um reflexo dos juros baixos na pandemia. O Tesouro Direto é uma iniciativa do Tesouro Nacional em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais a pessoas físicas com rendimento baseado em indicadores, como a inflação e a Selic (taxa básica de juros). Ou seja quem compra Tesouro Direto está comprando dívida do governo.
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Os resgates se dão quando os clientes querem pegar o dinheiro que investiram antes que o papel vença. Na prática, retiram o dinheiro do fundo. Os recursos obtidos com o Tesouro Direto são utilizados para contribuir com o pagamento da dívida pública federal. Dentre as modalidades dos títulos com maior volume de retiradas, os prefixados têm a maior alta (39,1%) nas recompras em relação ao ano anterior.
Os outros com maior variação nas retiradas foram o IPCA+ (22,1%) e Tesouro Selic (alta de 20,3%). Analistas explicam que o movimento de alta nos resgates dos títulos pré-fixados se explica por um movimento de recomposição de renda.
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O mesmo movimento foi observado com a taxa ligada à Selic. O indicador estava em processo de queda gradual até agosto. Só voltou a subir em setembro. “Uma vez que a rentabilidade do Tesouro acompanha a Selic e, tendo ativos bancários pagando níveis de taxas mais atrativas, fica interessante diminuir a posição em Selic”, afirmam.
Investidores começam a duvidar da capacidade do governo Lula de pagar suas dívidas e querem receber taxas maiores para correr o risco.
INVESTIMENTOS EM 2024
O economista Jason Vieira, da MoneyYou, avalia que 2024 foi um ano mais atrativo para os ativos de baixo risco, como foi o caso do Tesouro Direto. Isso se dá não necessariamente porque rendiam melhor, mas porque as categorias voláteis estavam ainda mais arriscadas ao longo do ano. “Foi um ano para se pensar em um investimento de baixo risco, sim.
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A maior razão para a desconfiança dos investimentos de rendimento volátil se dá por causa do temor em relação à política fiscal do Brasil. Um dos exemplos da desconfiança fiscal é exemplificado pela B3. O capital estrangeiro teve a maior fuga da Bolsa de Valores de São Paulo em 5 anos.