Um dos brasileiros deportados dos Estados Unidos pelo governo Trump, Sinval de Oliveira, de 51 anos, foi condenado em 2022 pela Justiça da Califórnia a cinco anos de prisão federal por um esquema de lavagem de dinheiro de ao menos 5 milhões de dólares (R$ 29,35 milhões). Segundo informações que constam no site do United States Attorney’s Office, órgão equivalente ao Ministério Público no Brasil, o próprio Sinval se declarou culpado em 4 de março de 2022.
As deportações de brasileiros dos Estados Unidos ocorreram ao longo de 2023 e 2024. Em 2023, foram deportados 1.240 brasileiros em 16 voos. Já em 2024, o número aumentou para 1.648 brasileiros em 16 voos.
MAIS: Financiamento imobiliário pela Caixa fica mais caro em 2025 sob Lula
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique
SAIBA: Governo Lula acaba com o abono salarial para quem ganha dois salários mínimos
Investigações do Departamento de Segurança Interna dos EUA e do Federal Bureau of Investigation apontaram que o brasileiro fez parte de uma série de roubos por fraude que tinham como suas principais vítimas grandes e pequenas empresas. Utilizando falsos argumentos, os criminosos convenciam os funcionários dessas companhias a entregarem o dinheiro em caixa a falsos transportadores de dinheiro.
– Em 2 de dezembro de 2020, De Oliveira voou para Milwaukee, onde pegou 243 mil dólares (R$ 1,4 milhão) em receitas de fraude dos réus Moises Amezcua-Cardenas e Mario Amezcua-Cardenas. Depois de pegar o dinheiro, De Oliveira usou uma série de transações menores em caixas eletrônicos em vários bancos da área de Milwaukee para depositar o dinheiro em uma conta bancária de funil. Ele usou transações em caixas eletrônicos para evitar ter que ir a um banco e mostrar identificação – diz a United States Attorney’s Office.
MAIS: A arte lulista de iludir, Lula só pensa em manter o…
Ainda conforme a entidade, a conta bancária onde Sinval depositou o dinheiro “não tinha nenhum propósito comercial legítimo além de coletar dinheiro de atividades ilícitas”. Uma vez que os valores eram depositados, os rendimentos da fraude eram transferidos para outra conta bancária de funil e enviados ao exterior.
VEJA: Colômbia se recusa a receber cidadãos deportados dos
A polícia afirma que o brasileiro recebia uma comissão pelo dinheiro que ele lavava. Ao descobrir o ocorrido e apurar a situação, o juiz William M. Conley chegou à conclusão de que a fraude fazia parte de um esquema ainda maior de lavagem de dinheiro realizado em todo o país. Segundo ele, foram ao menos 5 milhões de dólares lavados por Sinval.
– O juiz Conley levou em consideração muitos fatores para chegar a uma sentença apropriada, incluindo o fato de que De Oliveira já estava em liberdade condicional por outro crime na Califórnia na época desse crime, que sua conduta era mais séria do que a de seus corréus e que ele provavelmente seria deportado de volta para seu país de origem, o Brasil, após sua prisão – diz a entidade.
O caso ficou conhecido no Brasil após ele ser deportado de volta ao país de origem na última sexta-feira (24), junto de outros imigrantes ilegais. Ao chegar em Manaus, no Amazonas, o brasileiro foi entrevistado pelo portal Metrópoles, e disse que residiu em terras norte-americanas há mais de três décadas.
AINDA: Dívida da Venezuela com Brasil cresce mais de 39 milhões de dólares em 3 meses
– Morava no Estados Unidos há 35 anos e chegamos aqui com esse incidente. Rapidamente, recebemos toda a assistência e tenho só a agradecer a todos da equipe do Corpo de Bombeiros e de Direitos Humanos – assinalou.
Os usuários do X, contudo, usaram o recurso “notas da comunidade” na publicação do veículo de imprensa para informar sobre os delitos de Sinval, defendendo tratar-se de um “contexto necessário” de ser exposto.