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O Fundo de Investimento Imobiliário Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) enfrenta um cenário crítico em fevereiro de 2025, marcado por desafios operacionais, contratuais e de mercado. Com um patrimônio líquido de R$ 745,4 milhões e cotação atual de R$ 58,76, o fundo registrou uma desvalorização acumulada de 38,73% no ano, reflexo direto do impasse com seu único inquilino, os Correios, que deixou de pagar aluguéis desde outubro de 2024. 

Apesar de um dividend yield histórico de 16,01% nos últimos 12 meses, a interdição do galpão logístico em Contagem (MG) e as subsequentes disputas jurídicas colocam em xeque a sustentabilidade dos rendimentos. Esta análise explora as dimensões financeiras, jurídicas e estratégicas que definem o futuro do TRBL11.

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Rentabilidade e Valorização Patrimonial

O TRBL11 apresentou volatilidade extrema nos últimos meses. Enquanto seu dividend yield de 16,01% nos últimos 12 meses supera a média do setor de logística, a cotação despencou de R$ 95,90 para R$ 58,76 em 2025, pressionada pela interdição do ativo principal e pela inadimplência do inquilino que no caso é Correios. O índice Preço/Valor Patrimonial (P/VP) de 0,60 sinaliza desconto de 40% sobre o valor contábil (R$ 96,32 por cota), indicando desconfiança do mercado na capacidade de recuperação.

A rentabilidade mensal negativa de -2,91% contrasta com os rendimentos históricos, evidenciando a dependência crítica do fluxo de caixa proveniente dos Correios. Mesmo com o patrimônio líquido estável em R$ 745,4 milhões, a liquidez média diária de R$ 589,2 mil expõe riscos de saída abrupta de investidores.

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Distribuição de Dividendos e Sustentabilidade

Os últimos 12 meses registraram distribuições de R$ 9,28 por cota, porém o último dividendo de R$ 0,62 em janeiro de 2025 reflete a interrupção do contrato. A gestão projetava um fluxo contínuo baseado no aluguel mensal de R$ 0,77 por cota, mas a inadimplência dos Correios desde outubro de 2024 inviabilizou essa projeção. Com o yield atual em 1,01%, o fundo depende de resolução jurídica para restaurar a política de distribuição.

Concentração de Risco e Impacto Operacional

Dependência do Contrato com os Correios

O TRBL11 concentra 100% de sua receita no aluguel do Centro Logístico de Contagem, locado aos Correios desde 2012. A cláusula de exclusividade tornou-se um passivo estratégico quando a estatal interrompeu pagamentos em outubro de 2024, alegando interdição do imóvel pela Defesa Civil de Minas Gerais. Apesar da liberação do galpão em 5 de dezembro de 2024, os Correios mantiveram a suspensão dos pagamentos, acumulando dívidas de R$ 0,62 por cota em dezembro e janeiro.

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Vulnerabilidades Contratuais

O contrato de locação, originalmente estável, revelou fragilidades após a intervenção da Defesa Civil. A estatal argumenta que a interdição entre outubro e dezembro de 2024 invalidou temporariamente as obrigações de pagamento, enquanto a gestão do TRBL11 contesta, baseando-se na desinterdição total desde 5 de dezembro. A divergência jurídica abre precedente para rescisão contratual por justa causa, conforme ameaçado pelos Correios, o que eliminaria 100% da receita do fundo.

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Disputas Jurídicas e Cenários Regulatórios

A administração do TRBL11 ingressou com ações para cobrar R$ 0,62 por cota referentes a dezembro de 2024, além de valores retidos durante a interdição. O entendimento jurídico divide-se em duas vertentes:

  1. Responsabilidade pós-desinterdição: A gestão alega que os Correios devem pagar integralmente a partir de 5 de dezembro, data da liberação total do imóvel.
  2. Legitimidade da retenção anterior: Os Correios defendem que a interdição de outubro a dezembro os eximia de pagamentos proporcionalmente.

Especialistas em direito imobiliário apontam que a cláusula force majeure do contrato pode favorecer os Correios, já que a interdição foi decretada por órgão público. Caso a justiça aceite esse argumento, o TRBL11 poderá perder até 3 meses de receita, totalizando R$ 2,33 por cota.

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Exposição Regulatória

A possível rescisão do contrato colocaria o fundo em violação à regra da CVM que exige diversificação mínima de receitas para FIIs de logística. Sem um inquilino alternativo, o TRBL11 teria 180 dias para realocar o ativo ou enfrentar sanções, incluindo suspensão de negociações.

Análise Comparativa e Posicionamento Setorial

Performance Relativa ao Mercado

Em comparação ao IFIX, que retornou -9,32% no mesmo período, o TRBL11 teve desempenho 23,5 p.p. pior (-38,73%), evidenciando sua sensibilidade a riscos idiossincráticos. O setor de logística, com yield médio de 8,5%, mostra que o TRBL11 operava acima da média antes da crise, mas agora enfrenta desalinhamento setorial.

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Avaliação de Multiplos

O P/VP de 0,60 situa-se 34% abaixo da média do segmento (0,91), sugerindo precificação de crise. Contudo, analistas alertam que a recomposição depende da capacidade de gerar novas receitas, já que o valor patrimonial (R$ 96,32) incorpora expectativas otimistas de ocupação.

Estratégias de Mitigação e Recomendações

A gestão precisa acelerar a busca por novos inquilinos para o galpão de Contagem, diversificando fontes de receita. A localização estratégica (região metropolitana de Belo Horizonte) permite atração de empresas de e-commerce, potencialmente elevando o aluguel acima dos R$ 0,77 por cota históricos.

Revisão de Governança

A concentração de risco em um único locatário expõe falhas na política de investimentos. Sugere-se adotar limites máximos de exposição por ativo (ex.: 30% da receita), alinhando-se às melhores práticas do mercado.

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Comunicação com Investidores

A transparência sobre o andamento jurídico é crítica. Relatórios quinzenais detalhando as etapas processuais e planos de contingência poderiam reduzir a volatilidade das cotas, restaurando confiança. É importante lembra que o endividamento dos Correios sob a questão Lula é gigante e muitos afirma que a estatal está a caminho da insolvência.

O TRBL11 encara um divisor de águas: a resolução da disputa com os Correios determinará se o fundo retomará sua trajetória de distribuição de dividendos ou entrará em processo de liquidação. Cenários possíveis incluem:

  • Recuperação Parcial (60% de probabilidade): Acordo judicial garante pagamento de 50% dos aluguéis retidos, com yield estabilizado em 8% a partir de Q3 2025.
  • Rescisão Contratual (30%): Correios deixam o galpão, obrigando o TRBL11 a reduzir dividendos em 80% durante 12 meses para financiar reformas e nova locação.
  • Intervenção Regulatória (10%): CVM determina suspensão temporária do fundo caso não haja plano de diversificação até junho 2025.

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