O Papa Francisco, o líder de 88 anos da Igreja Católica, morreu às 7h35 da manhã na segunda-feira de Páscoa em sua residência no Vaticano, conforme anunciado pelo Cardeal Kevin Farrell, dando início ao processo secular de eleição de um sucessor por meio de um conclave secreto de cardeais com menos de 80 anos de idade.
O Vaticano ainda não divulgou a causa da morte que para a imprensa italiana teria sido um derrame, segundo noticiou o jornal italiano Corriere Della Sera.
– Um derrame seria a causa da morte do papa Francisco. Nas próximas horas, a Santa Sé emitirá comunicado oficial indicando a causa da morte – conforme o periódico.
O Cardeal Kevin Farrell, Camerlengo da Santa Igreja Romana, anunciou formalmente a morte do Papa Francisco às 9h45 da manhã, a partir da Casa Santa Marta. Em sua declaração solene, Farrell afirmou: “Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai.” O anúncio elogiou a dedicação de Francisco aos valores do Evangelho, especialmente sua defesa dos pobres e marginalizados.
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Como Camerlengo, Farrell agora assume responsabilidades significativas durante o período de sede vacante. Estas incluem certificar a morte do Papa, lacrar o apartamento papal, proteger os documentos pessoais de Francisco e tomar posse de propriedades-chave do Vaticano, incluindo o Palácio Apostólico e a Basílica de Latrão.[6] Farrell, nascido em Dublin em 1947 e ex-bispo de Dallas de 2007 a 2016, supervisionará os preparativos para o funeral papal de acordo com as normas litúrgicas e quaisquer disposições especiais que Francisco possa ter feito.
Qual doença teve Papa Francisco?
A morte do Papa ocorreu após uma longa batalha contra uma pneumonia bilateral, uma infecção grave que afeta ambos os pulmões. Em fevereiro de 2025, Francisco foi hospitalizado no Hospital Gemelli, em Roma, após apresentar piora nos sintomas de bronquite, onde os médicos diagnosticaram uma “infecção polimicrobiana” em seu sistema respiratório. Uma tomografia computadorizada do tórax confirmou pneumonia bilateral (dupla), exigindo terapia medicamentosa adicional, incluindo antibióticos e corticosteroides.
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Francisco enfrentou duas crises respiratórias com risco de vida durante seus 38 dias de internação — a mais longa de seu pontificado. Em 28 de fevereiro, ele teve um acesso agudo de tosse durante o qual aspirou vômito, necessitando de ventilação mecânica não invasiva. Seu estado tornou-se tão crítico que sua equipe médica, liderada pelo Dr. Sergio Alfieri, considerou “se deveriam parar e deixá-lo partir.” A vulnerabilidade do Papa a infecções respiratórias foi agravada por seu histórico médico; quando jovem, na Argentina, ele teve parte de um pulmão removido após uma infecção pulmonar.
Apesar de inicialmente ter se recuperado e retornado ao Vaticano no final de março, complicações decorrentes da pneumonia bilateral acabaram levando à sua morte aos 88 anos.
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A última aparição do Papa Francisco
A última aparição pública do Papa Francisco ocorreu no Domingo de Páscoa, 20 de abril de 2025, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Apesar de estar visivelmente debilitado e usando cadeira de rodas, ele apareceu na varanda da Basílica de São Pedro para dar a tradicional bênção “Urbi et Orbi” (à cidade de Roma e ao mundo), desejando uma “Feliz Páscoa” aos milhares de fiéis presentes. Devido à sua voz fraca, um assessor leu a mensagem oficial do pontífice, na qual ele denunciou a situação dramática em Gaza, pediu um cessar-fogo, a libertação dos reféns pelo Hamas e condenou o crescente antissemitismo no mundo. Francisco também expressou sua proximidade aos sofrimentos do povo israelense e palestino.
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Após a bênção, o Papa percorreu a Praça de São Pedro em um papamóvel aberto, saudando e abençoando os fiéis, incluindo bebês que foram levados até ele para receber bênçãos. Esta foi sua primeira aparição pública desde que recebeu alta hospitalar em março, após um tratamento prolongado para pneumonia bilateral.
Na mesma manhã, antes da aparição, Francisco teve uma reunião privada com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, para trocar saudações de Páscoa.
Essa aparição foi particularmente significativa por ocorrer pouco antes do falecimento do Papa, que ocorreu na manhã seguinte, 21 de abril de 2025.
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Preparação do Vaticano para o novo Papa
Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica iniciou o processo para eleger seu sucessor por meio do Conclave, que deve ocorrer entre 15 e 20 dias após o falecimento do pontífice, conforme as normas estabelecidas pelo Papa João Paulo II. Esse intervalo serve para que todos os cardeais eleitores (com menos de 80 anos) possam chegar a Roma e para que sejam realizados os nove dias de missas e orações pelo papa falecido, chamados de “novendiales”.
O Conclave acontecerá na Capela Sistina, no Vaticano, e contará com a participação dos cardeais eleitores — atualmente cerca de 136 — que votarão secretamente para escolher o novo Papa. São realizadas duas votações pela manhã e duas à tarde, e o eleito deve obter dois terços dos votos. A eleição termina quando há consenso, e o resultado é anunciado ao mundo pela tradicional fumaça branca na chaminé da Capela Sistina.
Entre os cardeais mais cotados para suceder o Papa Francisco estão:
- Cardeal Pietro Parolin (Itália): atual secretário de Estado do Vaticano desde 2013, diplomata experiente e figura central na administração vaticana, com passagens por países como Nigéria, Venezuela e México.
- Cardeal Matteo Maria Zuppi (Itália): arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, próximo ao Papa Francisco, conhecido por seu trabalho em inclusão social e diálogo inter-religioso.
- Cardeal Leonardo Ulrich Steiner (Brasil): primeiro cardeal da Amazônia brasileira, nomeado por Francisco em 2022, considerado um possível sucessor.
- Cardeal Sérgio da Rocha (Brasil): outro brasileiro cotado para o papado, com destaque no cenário internacional.
- Cardeal Pierbattista Pizzaballa (Itália): patriarca latino de Jerusalém, nomeado cardeal em 2023.
- Cardeal Christoph Schönborn (Áustria): aluno do Papa Bento XVI e figura influente na Igreja.
O processo de escolha pode ser rápido ou se estender por vários dias, dependendo do consenso entre os cardeais. A expectativa é que o novo Papa mantenha uma linha de continuidade com o pontificado de Francisco, adaptando-se aos desafios globais atuais.
Em resumo:
Aspecto | Detalhes |
---|---|
Início do Conclave | Entre 15 e 20 dias após a morte do Papa Francisco |
Local | Capela Sistina, Vaticano |
Participantes | Cardeais eleitores (menos de 80 anos), cerca de 136 atualmente |
Processo de votação | Votação secreta, duas vezes ao dia, eleito com 2/3 dos votos |
Principais candidatos | Pietro Parolin, Matteo Maria Zuppi, Leonardo Ulrich Steiner, Sérgio da Rocha, outros |
Expectativa | Continuidade no perfil pastoral e reformador do pontificado de Francisco |
Este processo marca o início de uma nova etapa para a Igreja Católica, que enfrenta desafios globais significativos e espera um líder capaz de orientar a instituição com sabedoria e renovação.