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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu temporariamente a decisão sobre a proposta de acordo envolvendo o Banco Master (antigo Banco Máxima), seu diretor-presidente Daniel Vorcaro, e outros acusados em um processo que apura supostas fraudes no mercado de capitais. O caso, que tramita desde 2021, envolve operações fraudulentas relacionadas à negociação de cotas do fundo imobiliário Brazil Realty, em 2018, e negociações subsequentes no mercado secundário.

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Histórico e contexto do processo

  • Início da investigação: A CVM investiga desde 2021 operações suspeitas de fraude ligadas à emissão e negociação de cotas do fundo Brazil Realty, que teriam causado prejuízos a investidores.
  • Acusados: Além do Banco Master e Daniel Vorcaro, cerca de 20 pessoas físicas e jurídicas são investigadas, incluindo a Viking Participações, que atuava como contraparte nas negociações.
  • Montante envolvido: Estima-se que as fraudes tenham causado prejuízos da ordem de R$ 6 milhões, embora o colegiado da CVM tenha questionado a individualização dos danos.

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Propostas de acordo e divergências internas

Desde 2021, os acusados apresentaram diversas propostas de acordo para encerrar o processo, conhecidas como “termos de compromisso”, com valores que inicialmente somavam cerca de R$ 950 mil e posteriormente chegaram a R$ 2 milhões.

  • Primeira proposta (outubro/2021):
    • Banco Master: R$ 500 mil
    • Daniel Vorcaro: R$ 200 mil
    • Viking Participações: R$ 250 mil
  • Propostas subsequentes: Valores maiores foram oferecidos, mas ainda considerados insuficientes pela área técnica da CVM e pela Procuradoria Federal Especializada.
  • Divergências:
    • A área técnica e a Procuradoria Federal Especializada da CVM avaliaram que os valores não reparavam os prejuízos e que houve vantagens indevidas pelos acusados.
    • O colegiado da CVM, entretanto, entendeu que não estavam comprovados prejuízos individualizados e autorizou novas negociações, o que gerou controvérsia interna.
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Suspensão da decisão e pedido de vista

Na reunião do colegiado da CVM realizada em 27 de maio de 2025, dois diretores votaram pela rejeição das propostas de acordo, alegando ausência de conveniência e oportunidade para sua aprovação. No entanto, o diretor João Accioly solicitou vista do processo, adiando a decisão final. O relator do caso, diretor Otto Lobo, ainda não apresentou seu voto.

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  • Composição atual do colegiado: A CVM opera com quatro membros, após o término do mandato de um diretor em dezembro de 2024, o que pode influenciar o equilíbrio das decisões.
  • Importância do pedido de vista: A solicitação de vista significa que o processo será analisado com mais profundidade, podendo resultar em alteração do posicionamento dos diretores e na retomada da votação em data futura.

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Controvérsias e polêmicas relacionadas

  • Conflito de interesses: Henrique Machado, ex-diretor da CVM que atuou no processo, tornou-se posteriormente advogado do Banco Master, o que gerou questionamentos sobre conflitos de interesse e a integridade do processo regulatório.
  • Acusações de fraudes anteriores: O Banco Master já enfrentou outras investigações por irregularidades, incluindo emissão de debêntures no valor de R$ 49 milhões, cujos recursos teriam sido desviados para benefícios pessoais de diretores.
  • Multas e ressarcimentos: Embora multas tenham sido aplicadas, valores significativos ainda não foram devolvidos aos investidores, o que alimenta críticas sobre a eficácia da regulação e punição.

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Impactos e próximos passos

  • A decisão final sobre o acordo poderá influenciar a reputação do Banco Master e a confiança dos investidores no mercado brasileiro.
  • A CVM continuará a analisar o caso, considerando pareceres técnicos, jurídicos e éticos para definir a conveniência do acordo.
  • A polêmica envolvendo ex-diretores e advogados reforça a necessidade de maior transparência e controle na atuação da autarquia.

Resumo das principais informações

AspectoDetalhes
Processo iniciado2021
AcusadosBanco Master, Daniel Vorcaro, Viking Participações, entre outros
Natureza da investigaçãoSupostas fraudes na negociação de cotas do fundo Brazil Realty e mercado secundário
Propostas de acordoValores iniciais de R$ 950 mil, chegando a R$ 2 milhões; propostas ainda em análise
Decisão recente da CVMSuspensão da decisão após pedido de vista; dois votos contrários à aprovação do acordo
ControvérsiasEx-diretor da CVM virou advogado do Banco Master; suspeitas de conflito de interesses
Situação atualProcesso em aberto, aguardando retomada da votação pelo colegiado

O caso Banco Master ilustra os desafios enfrentados pela CVM no combate a fraudes no mercado de capitais, especialmente em processos complexos que envolvem múltiplos acusados e interesses financeiros elevados. A suspensão da decisão sobre o acordo reflete as divergências internas da autarquia e a necessidade de aprofundamento técnico e jurídico para garantir justiça e transparência. A continuidade das investigações e a definição clara dos termos do acordo serão fundamentais para restaurar a confiança dos investidores e fortalecer a regulação do mercado financeiro brasileiro.

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