Patrocinado

A nova tarifa de importação de aço, anunciada pelos Estados Unidos nesta semana, já causa efeitos significativos no setor siderúrgico brasileiro. A alíquota subiu de 25% para 50% sobre produtos semiacabados, medida que atinge diretamente empresas que exportam para o mercado norte-americano. O Brasil, segundo maior fornecedor desse tipo de aço para os EUA, perdeu o benefício de cotas isentas de taxação.

AINDA: Produção de veículos recua 6% no Brasil, empregos em risco. Impacto dos navios de importação chineses liberados por Lula

O setor produtivo nacional, representado pelo Instituto Aço Brasil, defende uma resposta imediata do governo federal para reabrir negociações diplomáticas. Segundo a entidade, a tarifa representa risco não só para o volume de exportações, mas também para o equilíbrio do mercado interno, ameaçado por importações predatórias.

Impacto direto da nova tarifa de importação de aço
A tarifa de importação de aço afeta especialmente as exportações de placas semiacabadas. Em 2023, o Brasil enviou 4 milhões de toneladas desse produto aos EUA — volume equivalente a 42% de toda a produção exportada. Com a nova alíquota, o setor já registra queda de até 15% nas vendas para o mercado americano.

O Instituto Aço Brasil lembra que o país mantinha, até março, um acordo de cotas que permitia exportar 3,5 milhões de toneladas sem incidência de tarifa. A revogação da regra traz à tona o mesmo cenário vivido em 2018, quando o governo Trump adotou postura semelhante e só recuou após pressão diplomática.

VEJA: Osklein é boicotada por ensaio fotográfico com envolvido… com facção…..

Indústria cobra medidas para restabelecer acordo com os EUA mas governo Lula parece não ter pressa em negociar
As siderúrgicas brasileiras pressionam o governo Lula para retomar as negociações com os EUA. A expectativa do setor é de que o acordo de cotas seja reativado, aproveitando a dependência americana por insumos brasileiros. O Brasil fornece matéria-prima essencial para a indústria automotiva e aeroespacial dos Estados Unidos, além de manter uma balança comercial favorável aos americanos.

AINDA: Decreto de Lula que triplicou o IOF, eleva a taxa de juros a mais de 17% a maior em 20 anos…

Segundo Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto, existem três fatores que favorecem a negociação sobre a tarifa de importação de aço:

Os EUA precisam do aço semiacabado brasileiro.
O Brasil continua importando carvão dos EUA.
A balança comercial ainda é positiva para os norte-americanos.
Esses elementos podem servir de base para um acordo bilateral que beneficie ambos os lados.

Setor alerta para aumento de importações predatórias e mair dependência China
Com a tarifa de importação de aço em vigor nos Estados Unidos, o risco de desvio de comércio cresce. O Brasil pode se tornar o novo destino de excedentes de aço da China, da Rússia e de outros grandes produtores. Apenas em 2025, a previsão é de que o país importe 5,3 milhões de toneladas de aço laminado, sendo mais de 76% da China.

VEJA: Testemunha afirma em depoimento que se o plano de segurança em Brasília fosse seguido o 08 de janeiro não teria ocorrido…

Sobre a tarifa de importação de aço, o Instituto Aço Brasil pede a aplicação de tarifas antidumping e ações de defesa comercial imediatas. Segundo Marco Polo, “o mercado brasileiro já está sendo inundado. Com essa nova medida dos EUA, o risco aumenta ainda mais.”

Sobre a tarifa de importação de aço, o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro da Indústria e Comércio, lamentou a nova tarifa, mas reforçou a aposta no diálogo. Durante evento em Minas Gerais, afirmou que o Brasil agora iniciou conversas com o USTR (escritório de comércio dos EUA) e busca construir soluções diplomáticas viáveis. As tarifas já foram anunciadas há meses mais o Brasil não tinha buscado diálogo até então.

LEIA: Chinesa BYD descarrega mais de 7 mil carros fabricados na China e prejudica montadoras brasileiras que geram emprego e renda..

Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui

LEIA: Governo Lula é medíocre e não governa faz comício, afirma Estadão sobre PT há 15 anos no poder

Quais empresas brasileiras são afetadas com o fim das cotas e novas tarifas do aço

As principais empresas brasileiras afetadas pela perda do benefício das cotas isentas de taxação dos Estados Unidos sobre o aço são aquelas que exportam principalmente aço semiacabado, segmento mais impactado pela nova tarifa de 50% imposta pelo governo americano. Segundo o Instituto Aço Brasil e análises do mercado, destacam-se:

AINDA: Protecionismo do governo Lula à China pode levar a perda de investimento de R$10 bilhões da gigante ArcelorMittal no Brasil e geração de empregos

  • ArcelorMittal Brasil: Uma das maiores exportadoras brasileiras de aço semiacabado para os EUA, com forte dependência do mercado norte-americano. A empresa adquiriu recentemente a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e enfrenta dificuldades devido à sobretaxa, que reduz a competitividade de seus produtos.
  • Ternium Brasil: Exportadora significativa de placas de aço (slabs) para os Estados Unidos, a Ternium é diretamente afetada pela tarifa, que encarece seus produtos e pode levar à queda na demanda e necessidade de realocação da produção.
  • Outras siderúrgicas de capital fechado: Representam cerca de 80% das exportações brasileiras de aço e são as mais prejudicadas, pois não possuem operações industriais nos EUA para mitigar o impacto da tarifa.

SAIBA: Planos VGBL tem queda de 80% na captação após decreto do IOF de Lula….

VEJA: Em meio a crise fiscal Lula e Janja se hospedam em hotel para milionários em Paris, diárias custam mais de R$1,2 milhão

Por outro lado, empresas como a Gerdau (GGBR3) tendem a ser menos afetadas ou até beneficiadas, pois possuem capacidade produtiva instalada nos Estados Unidos e podem transferir parte da produção para o mercado interno americano, evitando a tarifa de importação.

Além dessas, siderúrgicas como Usiminas (USIM5) e CSN têm menor exposição ao mercado americano, com apenas cerca de 3% a 4% de suas receitas provenientes da América do Norte, o que reduz o impacto da medida sobre elas.

MAIS: iFood passa a cobrar taxa de serviço de todos os

A imposição da tarifa de 50% pelo governo Trump, que encerrou o sistema de cotas isentas vigente desde 2018, já provocou queda de 10% a 15% nas exportações brasileiras de aço para os EUA, que são o maior comprador do aço semiacabado nacional. O setor aguarda uma negociação entre os governos para tentar restabelecer as cotas e amenizar os efeitos negativos para as exportadoras brasileiras.

Receba conteúdo exclusivo sobre os temas de seu interesse! Confirme em sua caixa de e-mail sua inscrição para não perder nada