Junho não foi nada bom para o mercado automotivo brasileiro. No último mês, todos os parâmetros analisados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) fecharam no vermelho em comparação com maio. E a relação com o mesmo período do ano passado não foi muito diferente. Ao menos, o acumulado ainda está positivo.
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O setor automotivo brasileiro enfrentou em junho e nos meses anteriores uma combinação de queda nas vendas, aumento da inadimplência, crédito restrito, concorrência internacional da China acirrada, custos elevados e demissões, resultando em um ambiente desafiador para montadoras e concessionárias.
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No geral, em junho, foram emplacados 410.602 veículos, queda de 6,36% em comparação com maio, quando 438.503 veículos foram comercializados. Para o mesmo mês de 2024, uma leve alta de 2,62% (400.118). O acumulado do ano apresenta crescimento de 6,99% (2.340.661 contra 2.187.738).
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Entre os veículos leves, junho com 202.164 emplacamentos fechou no vermelho nas duas comparações, de 5,69% para maio (214.363) e de 0,14% em relação ao mesmo período do ano passado (202.444). O primeiro semestre aponta alta de 5,05%, com 1.131.269 deste ano e 1.076.896 de 2024.
Queda nas Vendas e Produção
- Redução nas vendas em junho: O setor automotivo brasileiro registrou retração de 5,66% nas vendas de veículos novos em junho de 2025 em relação a maio, totalizando 212.897 unidades. Em comparação com junho de 2024, houve uma leve queda de 0,63%.
- Produção em baixa: A produção de veículos caiu 5,9% em maio, com 214,7 mil unidades produzidas, refletindo preocupações com inadimplência e aumento do IOF.
- Estoques elevados: O acúmulo de estoques devido à desaceleração das vendas pressiona margens e força promoções, afetando a rentabilidade das concessionárias.
Aumento da Inadimplência e Dificuldade de Crédito
- Alta inadimplência: O índice de inadimplência em financiamentos de veículos 0 km atingiu 5,2% em maio, o maior patamar desde dezembro de 2023. O aumento da inadimplência reduz a demanda por crédito e dificulta a aprovação de novos financiamentos56.
- Crédito mais caro: A taxa média de juros para financiamentos de veículos chegou a 27,6% ao ano em maio, tornando a aquisição de carros mais difícil para o consumidor e reduzindo o volume de vendas financiadas.
Concorrência Internacional e Pressão de Preços
- Concorrência chinesa: O avanço das montadoras chinesas, com veículos mais baratos e tecnológicos, tem pressionado as marcas tradicionais, levando à perda de participação de mercado e necessidade de readequação de portfólio.
- Aumento de tarifas e custos: Tarifas sobre aço e componentes importados, especialmente após medidas dos EUA, elevaram os custos de produção, impactando negativamente as margens das montadoras brasileiras.
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Demissões e Paradas de Produção
- Demissões em massa: Montadoras anunciaram cortes de funcionários e planos de demissão voluntária, especialmente em regiões como o ABC Paulista, devido à queda de produção e demanda.
- Paradas programadas: Empresas têm realizado paradas temporárias de produção para ajustar estoques e reduzir custos, afetando a cadeia de fornecedores e trabalhadores.
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Outros Desafios
- Alta dos juros e inflação: O cenário macroeconômico, com juros elevados e pressão inflacionária, dificulta o planejamento e reduz o apetite do consumidor por bens duráveis como automóveis.
- Mudança no comportamento do consumidor: O crescimento do uso de aplicativos de transporte e motocicletas tem reduzido a demanda por carros novos, especialmente entre jovens e em grandes centros urbanos.