Relatório Apresentado em Davos Tem Grande Repercursão
O relatório da Oxfam “A Economia para o 1%” foi apresentado em Davos na Suíça. O mesmo está tendo uma grande repercussão. Tendo sido mencionado pelo Vice-Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no discurso de abertura do Fórum Econômico Mundial. O documento preparado pela Organização Inglesa de Combate a Pobreza e Desigualdade, Oxfam, traz vários aspectos mundiais.
Segundo o documento, os avanços globais são imprescionantes, a economia global mais do que dobrou nos últimos 30 anos. Em 2014, o valor chegou a quase 78 trilhões de dólares. Com o aumento da produção e da produtividade, ocorreram aumentos absolutos no produto interno bruto (PIB).
O PIB é um dos principais indicadores de prosperidade econômica em todas as regiões do mundo ao longo desse período. O PIB combinado dos países do Sul da Ásia em 2014, havia crescido mais de cinco vezes em relação a 1985. Nos últimos 30 anos, o PIB cresceu mais anualmente, na média, em países de renda baixa e média do que em países mais ricos.
Países Mais Pobres
A renda média em países mais pobres está se aproximando da registrada em países mais ricos e a desigualdade entre as nações está caindo. Potências econômicas emergentes estão liderando esse processo de recuperação. O relatório mostra que a China e a Índia têm impulsionado, em grande parte, o aumento vertiginoso observado no PIB combinado dos países asiáticos.
Entre 1990 e 2011 o crescimento econômico da região ajudou cerca de um bilhão de pessoas a sair da pobreza extrema. Cerca de 700 milhões apenas nesses dois países. A proporção da população mundial que vive em pobreza extrema caiu de 36% em 1990 para 16% em 2010.
Fato que permitiu que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir pela metade a pobreza extrema fosse alcançado cinco anos antes da meta estabelecida para 2015. Estimulados por esse avanço, em 2015 lideranças mundiais assumiram o compromisso de erradicar a pobreza extrema até 2030. A meta é parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os estoques de riqueza global constituem o valor total de todos os ativos, tanto financeiros como não financeiros, menos a dívida total também têm crescido vigorosamente. Multiplicando-se nos últimos 15 anos de 160 trilhões de dólares em 2000 para 267 trilhões de dólares em 2015.
Embora a crise financeira global de 2008 tenha afetado negativamente os estoques de riqueza. Todas as regiões do mundo cresceram ao longo do período, durante o qual alguns dos maiores aumentos foram registrados em países de renda baixa e média. Os estoques de riqueza na América Latina e na África mais do que triplicaram. Como também a riqueza na China e na Índia, duas das economias emergentes que experimentaram as taxas mais rápidas de crescimento.
Crescimento da Renda e Pobres Mais Pobres
As economias podem estar crescendo e os países mais pobres podem estar se recuperando do seu atraso em relação aos mais ricos. No entanto, a renda das pessoas mais afetadas pela pobreza em todo o mundo não está acompanhando essa tendência. O ritmo de redução da pobreza extrema está muito mais lento do que seria possível. Se sua renda tivesse aumentado no mesmo ritmo da média observada em todos os países, 200 milhões de pessoas teriam deixado de viver abaixo da linha de pobreza extrema até 2010.
Se o crescimento tivesse favorecido pessoas afetadas pela pobreza e a renda dos
40% mais pobres tivesse aumentado dois pontos percentuais. A pobreza poderia ter sido reduzida à metade do nível no qual se encontra atualmente. Embora o número de pessoas que vivem em condições de pobreza extrema tenha caído nos últimos anos, ele continua sendo elevado. O Banco Mundial estima que 700 milhões de pessoas estivessem vivendo em condições de pobreza extrema, recebendo menos de 1,90 dólar por dia em 2015.
O relatório apontou que no Brasil a renda dos 50% mais pobres aumentou a uma taxa mais acelerada que a dos 10% mais ricos. Ainda assim a diferença entre os dois grupos aumentou.
Mundo Esta Ficando Mais Rico para alguns
Em termos de estoques de riqueza, a situação é ainda mais desigual. No ano passado, a Oxfam relatou que 1% mais rico da população mundial detinha 48% da riqueza total do mundo. Se essa tendência se mantivesse, mais da metade de toda a riqueza global ficaria em suas mãos até 2016. Isso aconteceu um ano antes do previsto pela Oxfam. A riqueza média de cada adulto enquadrado nesse 1% mais rico é de 1,7 milhão de dólares. Mais de 300 vezes maior que a de uma pessoa média dos 90% mais pobres.
Enquanto a riqueza de muitas pessoas enquadradas nos 10% mais pobres é equivalente a zero ou negativa. A Oxfam também relatou no ano passado que a riqueza coletiva dos 80 indivíduos mais ricos da lista de bilionários da Forbes aumentou era 1,3 trilhão de dólares em 2010. Já 1,9 trilhão de dólares em 2014. Significa que a riqueza é igual à da metade mais pobre da população mundial.
Atualmente apenas 62 bilionários estão ficando cada vez mais ricos, detêm uma riqueza equivalente à da metade mais pobre da população mundial (3,6 bilhões de pessoas). Em 2010, o número desses bilionários era de 388 Fato que significa que a riqueza ficou ainda mais concentrada nas mãos de poucos.
Bill Gates cada vez mais rico
No mesmo relatório Bill Gates pode se tornar o primeiro trilionário nos próximos 25 anos. Sua fortuna atual é estimada em 85,2 bilhões de dólares, segundo a Forbes. Se o crescimento de sua fortuna se mantiver aos 86 anos ele será trilionário.
Segundo a Oxfam, a fortuna é tão grande que as despesas são insignificantes. No caso de Gates, quando deixou a Microsoft em 2006 sua fortuna era 50 bilhões de dólares. Dez anos depois, já ultrapassava os 75 bilhões de dólares. Mesmo com doações milionárias.
O relatório aponta que 8 pessoas do mundo, entre elas Bill Gates, concentram 50% da riqueza do mundo.