O mercado financeiro voltou ao período em que os indicadores da agenda econômica ficam em segundo plano, cedendo espaço ao discurso político e às decisões governamentais como principal fator de precificação dos ativos. A expectativa já era de que julho seria volátil nos mercados, com o fim do prazo concedido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para que as negociações com os parceiros comerciais da maior economia do mundo levassem a um acordo — caso contrário, as tarifas anunciadas em abril começariam a ser aplicadas.
Vale lembrar que o Brasil havia sido poupado das taxações divulgadas em abril, recebendo apenas a taxa de 10% sobre suas exportações para os EUA, principalmente pela balança comercial bilateral ser favorável aos americanos. E ainda, porque Lula estava menos agressivo com os EUA. Contudo, nos último meses Lula passou a desafiar Trump de todas as formas possíveis. Na última semana no Brics Brasil esvaziado, porém uma reunião de países totalitários, Lula novamente entoou a bandeira de criar uma nova moeda para se contrapor ao dólar. Além de se unir ao Irá e demais países contra Israel.
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A semana entre 13 e 19 de julho será dominada pelo que for dito na Casa Branca e/ou postado nas redes sociais na hora da tomada de decisão dos investidores. Novas cartas podem ser divulgadas, além de possíveis avanços ou retrocessos nas negociações com diferentes países.
Para complicar a situação, como a administração Trump não pode demitir o chair do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) por ser inconstitucional — conforme decisão da Suprema Corte neste ano —, busca outras formas de forçar a saída de Jerome Powell antes do fim de seu mandato, em maio de 2026. Na última quinta-feira, Powell foi acusado de corrupção pelo diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, Russel Vought, por supostamente não cumprir regulamentos de supervisão do governo e mentir ao Congresso sobre detalhes de uma reforma planejada de aproximadamente US$ 2,5 bilhões na sede do Fed.
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No dia seguinte, o diretor da Agência Federal de Financiamento Imobiliário, Billy Pulte, afirmou que recebeu informações de que Powell renunciaria ao cargo em meio às pressões da Casa Branca. Uma eventual saída de Powell, caso seja percebida como forçada ou como um abalo à independência do Fed, pode ter efeito oposto ao desejado pela Casa Branca: em vez de queda nos juros, o mercado poderia precificar elevações, o que dificultaria uma flexibilização monetária “à canetada”.
Em meio a essas incertezas, começa a temporada de balanços com os resultados financeiros do segundo trimestre de 2025 das empresas com ações negociadas em Wall Street — tema que, não fosse a turbulência político-econômica, deveria ser o principal foco deste boletim. Como de costume, os bancos dão o pontapé inicial, desta vez na terça-feira (15), em vez da tradicional sexta-feira.
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Outros dados importantes da semana, nos EUA, incluem: a inflação ao consumidor (15) e ao produtor (16) de junho, a produção industrial (16) e as vendas no varejo (17), além dos preços de exportação e importação na quinta-feira (17). Os investidores também ficarão atentos, na quarta-feira (16), ao Livro Bege — compilado das condições atuais de atividade econômica, preços e mercado de trabalho nas 12 regiões cobertas pelos Feds regionais — e à prévia da Confiança do Consumidor de julho, divulgada pela Universidade de Michigan na sexta-feira (18).
O mercado também vai monitorar uma bateria de dados da China, que pode sinalizar a possibilidade e a magnitude de novos estímulos do governo chinês à economia. Na segunda-feira (14), serão conhecidos os dados do setor externo, os preços dos imóveis, as vendas no varejo, a produção industrial de junho e o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
A agenda econômica é esvaziada no Brasil, já tomado pela incerteza relacionada à tarifa comercial imposta pelos EUA. O grande destaque é o IBC-Br de maio — prévia do PIB divulgada pelo Banco Central —, que encerra a divulgação dos indicadores de atividade econômica brasileira relativos ao quinto mês do ano.
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Balanços que serão divulgados na semana
Terça-feira, 15 de julho de 2025
JPMorgan (NYSE:JPM)
Wells Fargo (NYSE:WFC)
BlackRock (NYSE:BLK)
Citigroup (NYSE:C)
BNY Mellon (BK)
Quarta-feira, 16 de julho de 2025
J&J (JNJ)
Bank of America (NYSE:BAC)
ASML (AS:ASML)
Morgan Stanley (NYSE:MS)
Goldman Sachs (NYSE:GS)
Quinta-feira, 17 de julho de 2025
Netflix (NASDAQ:NFLX)
PespiCo (PEP)
Snap-On (SNA)