Patrocinado

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro — incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e restrições ao acesso às redes sociais, esta sendo criticada por juristas que apontam nova violação de princípios do Estado de Direito.

VEJA: Falta de negociação do governo brasileiro com EUA causa insegurança jurídica ao exportador. O agro está muito prejudicado, afirma especialista

Alguns especialistas destacam que a decisão se baseia nas investigações de crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação criminal e atentado contra a soberania nacional. Contudo, eles ressaltam que a tipificação desses crimes exige provas claras e circunstâncias específicas que, segundo a análise desses juristas, não estariam suficientemente evidenciadas no caso.

SAIBA: “Impedir um pai de família de falar com o próprio filho e censurar as redes sociais dele, o Brasil virou um tribunal de exceção”,…

SAIBA: Frigoríficos do Mato Grosso do Sul suspendem produção de carne para os EUA e pedem negociação urgente do governo Lula…

O professor Rodrigo Chemim afirma que o crime de atentado contra a soberania nacional tipificado no artigo 359-O do Código Penal exige atos bélicos, atos de hostilidade ou negociações que induzam conflito armado, condições não encontradas na decisão contra Bolsonaro, que trata de possíveis ações diplomáticas envolvendo autoridades estrangeiras. Para ele, a aplicação desse tipo penal carece de fundamentação diante do contexto apresentado.

AINDA: Lula transforma o Brasil em um dos únicos países a não negociar tarifas com Trump. Até mesmo a China protege seu país e negocia

Katia Magalhães lembra que esse tipo penal demanda violência ou grave ameaça concreta, o que não está demonstrado na decisão do ministro.

No que diz respeito ao crime de obstrução de investigação, os juristas afirmam que as provas também inexistem. “A aplicação desse tipo penal exige prova de embaraço efetivo de investigações, como seria o caso, por exemplo, de investigados que promovessem a destruição/alteração de documentos, ou coagissem outras partes ou testemunhas. Contudo, a PGR não exibiu qualquer prova nesse sentido”, diz Katia.

AINDA: Brasil tem manifestações em várias cidades em “defesa da liberdade” e apoio a Bolsonaro, pela anistia

Sobre a obstrução de investigação, os juristas observam que a simples transferência bancária entre Bolsonaro e seu filho Eduardo, assim como manifestações em redes sociais, não configuram necessariamente os elementos que caracterizam essa infração penal, como destruição de provas ou coação a testemunhas.

MAIS: Defesa de ex-assessor de Bolsonaro aponta responsável por fraude em registros nos EUA

Saiba como conseguir sua segunda residência em outro país e como proteger seu patrimônio do Brasil, tendo outra residência fiscal. Entre no telegram Clique aqui. Estamos formando o grupo e em breve colocaremos todos os detalhes neste canal.

VEJA: Presidentes do Parlamento “com lealdade canina ao STF abandonam o povo e curtem férias” após Moraes impor IOF e calar Bolsonaro sem condenação

Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui

VEJA: Argentina da show em diplomacia, tem tarifa zero para exportar aos EUA. Enquanto Brasil recebe a maior tarifa do mundo

Além disso, os especialistas questionam as medidas cautelares impostas, afirmando que restrições tão incisivas como o uso da tornozeleira eletrônica e o toque de recolher devem ser adotadas apenas quando há riscos concretos e fundamentados, como a possibilidade de interferência efetiva na investigação ou na segurança das partes envolvidas. O professor Alessandro Chiarottino destaca a importância do respeito às garantias constitucionais e critica a utilização do processo penal para punir antecipadamente opiniões políticas. Ele afirma ainda, que uma das alegações de Moraes é a de que as declarações públicas de Jair e Eduardo Bolsonaro teriam instigado o governo dos Estados Unidos a aplicar sanções contra o Brasil, o que violaria a soberania nacional. Mas, segundo os juristas, essa construção não se sustenta.

LEIA: Países aliados aos EUA possivelmente devem impor sanções ao Brasil…

Outro ponto observado é a perda do foro privilegiado por parte de Bolsonaro antes das investigações que envolvem seu filho, o que levanta questionamentos sobre a competência do STF para conduzir o inquérito, dado o princípio da inércia do Judiciário.

Receba conteúdo exclusivo sobre os temas de seu interesse! Confirme em sua caixa de e-mail sua inscrição para não perder nada