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As ações do estatal Banco do Brasil (BBAS3) têm passado por dias difíceis na Bolsa, com quedas consecutivas em meio à visão de resultados negativos no segundo trimestre de 2025 (2T25), com números nada animadores para os empréstimos ao agronegócio.

Porém, na sessão desta sexta-feira (1), os papéis operavam próximos à estabilidade, indicando um pregão tranquilo para BBAS3 após muitas sessões turbulentas.

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Mas, às 15h30 (horário de Brasília), tudo mudou. Em poucos minutos, as ações passaram da estabilidade para uma forte queda de 6,52%, às 16h (horário de Brasília). Os ativos fecharam em queda de 6,85%, a R$ 18,35.
Muitas foram as especulações sobre os motivos para essa queda, passando de novas revisões para baixo por instituições financeiras para os números da companhia até temores em relação à lei Magnitsky.

De acordo com a colunista Bela Megale, o governo Trump estaria examinando, também, a possibilidade de aplicar sanções diretamente a instituições financeiras brasileiras, o que poderia ter resultado, no período da tarde, em acentuação de perdas concentrada na ação do BB.

Porém, dados divulgados pelo Banco Central durante a tarde apareceram como o grande e imediato motivo de preocupação para os investidores do BB – trazendo números ainda piores do que os analistas de mercado projetavam.

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O BC publicou números operacionais de maio das instituições financeiras com dados muito negativos para o Banco do Brasil. A instituição estatal registrou um lucro líquido bastante fraco, de R$ 516 milhões no mês, indicando um lucro líquido de R$ 3,5 bilhões (de forma run rate, ou métrica financeira que permite estimar o desempenho futuro de uma empresa com base em seus resultados atuais) no segundo trimestre. Este número está 31% abaixo da projeção do Bradesco BBI para o período, que é de R$ 4,89 bilhões. Enquanto isso, a carteira de crédito permaneceu estável.

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O Morgan Stanley, por sua vez, projetou o lucro do Banco do Brasil a R$ 3,345 bilhões levando em conta os dados do BC, uma queda trimestral de 50% e de 63% ano a ano. “A proxy do Banco do Brasil sugere outro resultado trimestral mais fraco, provavelmente devido a mais problemas com a inadimplência do agronegócio”, apontou a equipe de análise. Por outro lado, analistas destacaram projeções positivas para BTG Pactual (BPAC11) e Itaú Unibanco (ITUB4) a partir dos dados do BC.

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Mais cortes de projeções
Cabe destacar que, mais cedo, o BTG Pactual havia cortado as previsões para o banco e reduzido o preço-alvo de R$ 30 para R$ 24, reiterando recomendação neutra.

No relatório em questão, a equipe de análise levou em conta os dados divulgados individualmente pelos bancos em abril — disponíveis no Banco Central, com o BB reportando lucro líquido de R$ 1,7 bilhão – a deterioração contínua da carteira de crédito agro nos meses de maio e junho (segmento no qual o BB é líder), e os feedbacks recentes de participantes do mercado e da própria companhia.

Neste relatório, o BTG apontou projeção de lucro líquido de R$ 5 bilhões no 2T (ROE, ou retorno sobre o patrimônio líquido, de 11,1%) e de R$ 23,5 bilhões em 2025 (ROE de 12,5%), quedas de 23% e 20% em relação às suas estimativas anteriores, e estão 3% e 14% abaixo do consenso, respectivamente.

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“Esperamos que, juntamente com os resultados do 2T, o BB revise seu guidance de lucro líquido ajustado, que estimamos agora entre R$ 21–25 bilhões, além de uma redução do payout, provavelmente para 30%”, apontou a equipe de análise.

O banco vê deterioração do agro impulsionada por fatores cíclicos e estruturais. “Embora esse segmento tenha se destacado na economia durante esse período, o endividamento dos produtores também aumentou de forma contínua. Esse crescimento acelerado, somado a desafios recentes de preços e clima, tem gerado uma deterioração relevante dos ativos, tanto por fatores cíclicos quanto estruturais — impactando diretamente os resultados do banco e exigindo novas revisões de expectativa”, apontam os analistas.

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Com a queda mais acentuada nos preços de commodities importantes para o Brasil — como a soja — entre 2023 e 2024, o nível de alavancagem dos produtores aumentou de forma expressiva, o que resultou em crescimento da inadimplência nas carteiras de crédito, apontou o banco. Nesse contexto, o banco já esperava um 1T mais fraco para o Banco do Brasil, mas principalmente em função das mudanças contábeis impostas pela Resolução 4.966, que determinou exigências maiores de provisionamento para o crédito rural. No entanto, à medida que aprofundou a análise — inclusive conversando com o time do BB e com outros agentes de mercado especializados em crédito agro — o BTG passou a entender que a deterioração tem raízes mais estruturais do que inicialmente imaginado.

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Na visão do BTG, há algumas razões que apontam para desafios estruturais no segmento agro do BB: (ii) O banco pode ter deixado de ser o banco principal de alguns produtores, o que o empurra para o fim da fila de prioridades de pagamento; (ii) segundo relatos do mercado, o BB utiliza armazenagem terceirizada para os grãos dados como garantia, o que enfraquece sua posição em caso de execução de colaterais; (iii) a A Lei 14.112/20 permitiu que produtores rurais recorressem à recuperação judicial, impedindo a execução de hipotecas. Apesar da lei existir desde 2020, os impactos começaram a ser sentidos apenas recentemente, pois o período de 2021 a 2023 teve inadimplência historicamente baixa; (iv) muitos novos produtores passaram a cultivar soja atraídos pelos preços elevados nos últimos anos.

“Esses não são os clientes tradicionais do BB e, diante de dificuldades, têm recorrido à judicialização sem receio de perder o acesso ao crédito subsidiado — muitos podem simplesmente abandonar a atividade”, avalia o BTG.

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