Patrocinado

Prometeu, mas não cumpriu. O Banco Central (BC) havia anunciado que o Drex, a futura moeda digital brasileira, estrearia sobre blockchain. Uma tecnologia que registra e valida informações em uma rede descentralizada, sem um único controlador. Isto quando a autarquia estava sobre o comando de Roberto Campos Netos indicado por Bolsonaro. Mas agora a nova gestão do BC indicada por Lula decidiu deixar essa etapa fundamental de lado.

SAIBA: Sem solução efetiva do governo Lula para a tarifa de exportação americana. Minerva vai vender para os EUA via Argentina e Uruguai

Segundo o Banco Central, a decisão adia a tokenização de ativos, o que era a parte central do projeto e a mais segura. antecipa uma versão simplificada para o segundo semestre de 2026, com foco único: permitir que ativos, como ações ou títulos, sejam usados como garantia em operações de crédito, mesmo que estejam registrados em diferentes instituições.

LEIA: Governo Biden e CIA interferiram no processo eleitoral do Brasil em 2022 a pedido de Barroso e…

Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google Newr

VEJA: Montadoras reduzem previsão de vendas de carros no país. Argentinos com poder de compra elevado vão ajudar o Brasil

A mudança foi revelada pelo Valor Econômico e confirmada pelo coordenador do Drex no BC, Fabio Araujo, durante o evento Blockchain Rio.

O que é o Drex e por que ele importa?
O Drex é a sigla escolhida para identificar a moeda digital de banco central (CBDC) brasileira, que será emitida e controlada pelo BC.

Diferente das criptomoedas como bitcoin e ether, o Drex terá lastro no real e funcionará como uma extensão digital da moeda física, com o objetivo segundo o Banco Central, de permitir transações mais rápidas, seguras e integradas ao sistema financeiro nacional.

Desde 2023, o BC testava o projeto com DLT permissionada, no caso, a Hyperledger Besu, compatível com a linguagem de contratos inteligentes do Ethereum. Essa tecnologia permitiria registrar e transferir ativos digitais de forma programável e interoperável, abrindo caminho para casos como tokenização de imóveis, automóveis e operações de crédito.

SAIBA: Raízen em crise financeira é beneficiada pelo governo Lula…

Segundo Araujo, o Drex será agora implementado em duas etapas. Segundo o BC, no curto prazo, será lançado sem DLT, com foco na reconciliação de gravames — processo que permite usar um ativo como garantia de crédito, mesmo que ele esteja registrado em diferentes sistemas, como corretoras e bancos.

Já no longo prazo, a meta é amadurecer e integrar tecnologias de registro distribuído e privacidade.

A primeira entrega, prevista para o segundo semestre de 2026, deverá criar um sistema capaz de identificar e liberar ativos como garantias em operações de crédito, conectando diferentes instituiçõ

Qual a justificativa de abrir mão da descentralização da blockchain?
O BC afirma que encontrou dificuldades para implementar soluções de privacidade na Hyperledger que mantivessem a programabilidade e a componibilidade da rede.

Na primeira fase, três ferramentas foram testadas sem atender plenamente aos requisitos; na segunda, outras três surgiram, mas ainda exigem desenvolvimento e adaptação.

“Achamos boas soluções de privacidade, só que aparentemente não é suficiente. A gente precisa botar isso para teste”, disse o coordenador.

Diante desse cenário, o BC ainda não detalhou qual tecnologia será usada para a reconciliação de gravames nesta nova etapa, decisão que surpreendeu até empresas que participam dos consórcios privados que testam o Drex.

SAIBA: Sem coragem de ligar e negociar diretamente com Trump. Lula critica dólar para plateia controlada, enquanto setores tarifados sofrem

Pressão política e controle estatal
Além dos entraves técnicos, o Drex entrou no radar devido ao controle estatal. A tensão cresceu depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encampou um projeto para proibir o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de criar uma CBDC.

Como ter sua cédula Uruguaia

O movimento levou políticos e especialistas em ativos digitais brasileiros a ponderar que a moeda digital seria um instrumento de controle financeiro do BC sobre a população. O que de fato pode ocorrer, devido a insegurança jurídica que assola o Brasil atualmente. Uma amostra é o caso o Imposto sobre Operação Financeira (IOF), Com base na caneta Executivo e Judiciário mais que triplicaram o imposto de um dia para outro.

Por sua vez, o Banco Central nega veementemente, afirmando que as mudanças atuais têm natureza técnica e não política.

MAIS: Governo Americano convoca o deputado Eduardo Bolsonaro para reunião na Casa Branca

Riscos da moeda digital não descentralizada em blockchain como o Drex impactam tanto a segurança financeira quanto a privacidade dos cidadãos

No caso do Drex, como uma moeda digital de um país que não é descentralizada em blockchain, também conhecida como CBDC (Central Bank Digital Currency), traz uma série de riscos específicos que impactam tanto a segurança financeira quanto a privacidade dos cidadãos. Diferente das criptomoedas descentralizadas, essas moedas digitais estão sob o controle direto do governo ou do banco central, o que acarreta potenciais desvantagens importantes:

  • Risco à privacidade e vigilância financeira: Todas as transações são registradas em uma rede controlada pelo governo, permitindo o monitoramento completo e em tempo real dos pagamentos realizados pelos indivíduos. Isso elimina a confidencialidade das operações, expondo os usuários a um risco elevado de vigilância estatal, o que pode abrir caminho para abusos, como o controle social, censura financeira e perseguições políticas.

SAIBA: Vaza Toga apresenta documentos que comprovam um “gabinete paralelo de Moraes”, para punir pessoas pelo 08 de janeiro, sem provas

  • Possibilidade de congelamento e controle arbitrário de ativos: A centralização do controle financeiro permite que o governo ou banco central possa bloquear contas, restringir o uso da moeda digital ou congelar ativos de forma rápida e eficiente, seja por razões políticas, sociais ou econômicas. Esse poder pode ser utilizado de forma abusiva, restringindo a liberdade econômica dos cidadãos.
  • Riscos de segurança cibernética: Embora a tecnologia blockchain tenha mecanismos fortes de segurança, em sistemas centralizados, a vulnerabilidade a ciberataques pode ser maior. Um ataque bem sucedido pode causar perdas financeiras generalizadas e abalar a confiança no sistema financeiro digital.

VEJA: Senador Romário eleito com apoio de Bolsonaro, ignora seguidores e restringe..

  • Exclusão digital: A implementação de uma moeda digital controlada pelo governo pode agravar a exclusão financeira para parcelas da população que não têm acesso a tecnologia adequada ou internet, limitando seu acesso a serviços financeiros básicos e aumentando a desigualdade social.
  • Perda de controle sobre dados pessoais: A coleta massiva de informações financeiras dos usuários por parte da autoridade reguladora pode levar a vazamentos de dados e uso indevido dessas informações, aumentando o risco de fraudes e ataques contra os cidadãos.

Esses riscos mostram que, apesar de vantagens operacionais e de inclusão financeira que as moedas digitais emitidas por bancos centrais possam oferecer, a ausência de descentralização impõe desafios sérios quanto à proteção da privacidade, segurança e liberdade financeira dos indivíduos.

Receba conteúdo exclusivo sobre os temas de seu interesse! Confirme em sua caixa de e-mail sua inscrição para não perder nada