Os investidores já se posicionaram no sentido de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deve retomar o corte de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em setembro.
As apostas, que chegaram a estar 100% concentradas em um corte de 25 pontos-base logo após a divulgação dos números de julho da inflação ao consumidor, na última terça-feira (12), reforçarem um mercado de trabalho menos robusto do que se supunha anteriormente, recuaram para 80%. A certeza foi abalada após a disparada da inflação ao produtor no mês passado, além de dados em linha com o esperado para a produção industrial e para as vendas no varejo de julho.
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A prévia da Confiança do Consumidor e da Expectativa de Inflação de agosto, da Universidade de Michigan, reforçou o recuo nas apostas em um Fed mais flexível nas últimas três reuniões de política monetária do ano. Se o mercado já dava como cartas marcadas três cortes de 25 pontos-base nos encontros de setembro, outubro e dezembro, agora a maior parte das projeções se concentra em dois cortes de 25 pontos-base, em linha com as estimativas do próprio Fed para o fim de 2025, que apontam taxa de juros entre 3,75% e 4%.
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Paralelamente à interpretação dos indicadores, pesa a pressão da Casa Branca por uma redução imediata e intensa na taxa de juros, seja por publicações do presidente Donald Trump nas redes sociais, seja pela ameaça de processo judicial contra o chair do Fed, Jerome Powell, em razão de reformas na sede da instituição em Washington. Em meio às pressões políticas, avança a corrida para a sucessão de Powell no cargo, cujo mandato se encerra em maio do ano que vem. Desde a semana passada, a lista de possíveis substitutos aumentou, e já são 11 os nomes cogitados pela Casa Branca, com o atual diretor do Fed Christopher Waller liderando enquete na casa de apostas digital Polymarket, com 25% — embora 33% apostem que não haverá anúncio até dezembro.
Sob esse pano de fundo, o banco central dos EUA estará no centro das atenções do mercado financeiro na semana de 18 a 23 de agosto. Além da ata da última reunião do Fed, que será divulgada na quarta-feira, discursos de dirigentes da instituição e o Simpósio de Jackson Hole tomam os holofotes. Antes do Simpósio, Waller e Michelle Bowmann participarão de um evento sobre blockchain. Além de Waller ser o favorito na casa de apostas para substituir Powell, ele e Bowmann foram os únicos votos dissidentes no último encontro do Fed, que manteve a taxa de juros inalterada entre 4,25% e 4,5%.
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O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, considerado uma das vozes mais hawkish do banco central americano, fará dois discursos também antes do Simpósio de Jackson Hole, organizado pelo Fed de Kansas City e começará na quinta-feira. Já Powell apresentará, na sexta-feira, o tradicional discurso de chair do Fed em Jackson Hole.
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No Brasil, a semana de indicadores econômicos está esvaziada, com destaque para a segunda-feira. Neste dia, serão divulgados o IGP-10, o IBC-Br (prévia do PIB) e o tradicional Boletim Focus. Já o cenário jurídico é de insegurança crescente junto a investidores e promete fortes emoções. Notícias de possível ajuda financeira da Petrobras na Raízen também podem mover o mercado.

As tarifas americanas também permanecem impactando a economia brasileira com o governo Lula, fugindo da negociação com Trump e buscando remendos em subsídios que o país não tem para oferecer e que não tem duração de longo prazo.
No exterior, a semana reserva a decisão sobre a taxa de juros do Banco Popular da China, as prévias dos índices de gerentes de compras (PMIs) de agosto, a leitura final da inflação ao consumidor da zona do euro e os balanços do segundo trimestre das empresas de varejo americanas com ações listadas em Wall Street.
Empresas de apresentam balanços na semana
Segunda-feira, 18 de agosto de 2025 |
XP Inc (XPBR31) |
Terça-feira, 19 de agosto de 2025 |
Home Depot (HD) |
Quarta-feira, 20 de agosto de 2025 |
Target (TGT) |
Quinta-feira, 21 de agosto de 2025 |
Walmart (WMT) |