A China deu um sinal claro de que deseja retomar a cooperação com os Estados Unidos no comércio de soja, um movimento que acende um alerta vermelho para o agronegócio brasileiro. A decisão chinesa ocorre pouco após o presidente americano exigir que Pequim quadruplique as importações do grão americano, desafio que pode impactar significativamente o posicionamento do Brasil como principal fornecedor mundial de soja.
Atualmente, o Brasil domina o mercado chinês, respondendo por cerca de 70% de toda a soja importada pela China no mundo. Essa relação comercial foi extremamente lucrativa em 2024, quando o país sul-americano faturou US$ 36,5 bilhões com as exportações do grão ao maior importador global. Esse cenário reforça a importância estratégica da soja para a economia brasileira e a vulnerabilidade diante de movimentações globais.
Consultorias do setor acreditam que essa pressão já deve surtir efeito parcial, fazendo o Brasil perder parte do seu market share na China, que continua sendo seu principal destino para o grão.
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O ambiente é marcado por um histórico recente de tensões comerciais entre EUA e China, com tarifas e retaliações que prejudicaram o comércio bilateral de soja. O embaixador chinês em Washington, Xie Feng, declarou em evento recente que China e EUA têm tudo a ganhar com a cooperação, em oposição ao confronto, e lamentou o impacto do protecionismo comercial no agronegócio bilateral. Ele também ressaltou a importância da soja como área-chave de cooperação agrícola e recomendou que o setor agrícola não seja refém de disputas políticas.
Enquanto os EUA tentam reconquistar espaço no mercado chinês cria um cenário de incerteza e competição acirrada, que pode redistribuir fatias do mercado e afetar as receitas do agronegócio brasileiro com a falta de diplomacia e negociação de Lula. O setor brasileiro já manifesta atenção redobrada a esses movimentos, seguidos de perto por produtores, exportadores e governo, que buscam estratégias para manter a liderança e ampliar acordos comerciais com os chineses e outros mercados globais.