Centrão quer retirar a direita e Bolsonaro da disputa eleitoral para 2026, e já começou a articular para ganhar a simpatia dos eleitores conservadores que são fundamentais para a consolidação ainda mais do Centrão nas casas de Poder brasileiras. O jogo agora é usar a anistia para isso, e especialistas políticos já entenderam o jogo.
O Centrão com Hugo Motta, presidente da Câmara, ajudaram na votação da urgência do PL para a anistia. Fizeram os congressistas da direita e os eleitores acreditarem que eles também são favoráveis. Mais foi apenas uma jogada.
No dia seguinte Motta entrega o “presente de grego” aos conservadores. Coloca um condenado pela Suprema Corte a mais de 10 anos de prisão, que apenas está solto devido ao processo estar nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, como relator do PL da Anistia. O deputado Paulinho da Força, o mesmo que chamou os manifestantes do 8 de janeiro de “terroristas’.
Paulinho da Força logo de cara já afirma que a Anistia ampla não tem como, que apenas uma dosimetria menor, ou seja, redução de pena poderá ser feita. O jogo de palavras é para iludir, Anistia no dicionário em nada tem haver com dosimetria. Mas olha a manobra estão transformando o PL da Anistia no PL da Dosimetria. Basta ver se o brasileiros vai aceitar ser chamado de “idiota”, na cara dura.
A ideia do Centrão é que os congressistas conservadores não aceitem a PL e votem contra e assim a narrativa que será difundida é que os Patriotas não foram anistiados por os congressistas Conservadores votaram contra. O Centrão vai tentar enganar os brasileiros novamente, com uma nova modalidade de “Teatro das Tesouras’. Analistas apostam nisto.
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A ampla e irrestrita anistia que o PL quer, não tem chances de passar no Congresso e um dos motivos é que o projeto poderia recolocar o ex-presidente Jair Bolsonaro na disputa eleitoral do ano que vem, o que não interessa ao Centrão. A leitura é de Ricardo Ribeiro, analista político da 4Intelligence. “A maioria do Centrão prefere se alinhar a outro nome de oposição em 2026. O nome preferido seria o do Tarcísio de Freitas [governador de São Paulo],” afirma.

O Centrão não está preocupado com os presos políticos apenas em ganhar os votos dos conservadores e garantir mais poder nos próximos anos. Hugo Motta e Alcolumbre são do Centrão e não conversam com o Povo não ouvem o Povo, apenas se reúnem com os “donos do poder”.
Mas anistia não existe light no dicionário, nem mesmo na Constituição. Portanto, o eleitor deve estar ciente que qualquer proposta de anistia que o Centrão ofereça que não seja ampla, total e irrestrita, é enganação para ganhar voto de bobo.
“Todo mundo sabe que o benefício muito amplo do Bolsonaro, capaz de reduzir drasticamente a condenação dele, tem pouquíssima chance de passar no Supremo, e também é reduzida de passar no Senado”, acrescenta.
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Ribeiro acha crível a possibilidade de ter havido uma espécie de acordo entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o Planalto e alguns ministros do STF.
O analista político acredita que o relator pode trabalhar uma versão mais light da anistia, na linha do que Alcolumbre vinha defendendo no Senado.
Sobre as chances de aprovação da anistia, Ribeiro aposta nesta possibilidade. Segundo ele, “a maior ou menor chance de aprovação de projetos no Congresso depende do interesse do Centrão. E o interesse do Centrão é aprovar uma anistia parcial ao Bolsonaro”, analisa.
“Seria uma proposta que poderia até, eventualmente, diminuir a pena dele, mas não torná-lo elegível”, afirma, definindo o que poderia ser aprovado como uma “anistia light”.