No fim de agosto, o presidente da COP-30 e embaixador André Corrêa do Lago reforçou o convite para o setor privado participar da conferência sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) em Belém, no Pará. O evento vai acontecer entre 10 e 21 de novembro deste ano.
SAIBA: Cosan despenca mais de 20% após comunicar aporte de R$ 10 bilhões, o que dilui retorno de acionistas
Mas o aceno não foi recíproco. Os principais representantes das empresas privadas brasileiras, os CEOs, não deverão viajar à região Norte do país para participar da COP-30, segundo apuração da agência Estadão Conteúdo.
Alguns dos gerentes de companhias optaram por fazer um “bate e volta” da capital paulista para Belém. Outros pretendem participar apenas de reuniões fechadas e de eventos sobre sustentabilidade que vão acontecer em São Paulo. Esses encontros estão marcados para a semana anterior à COP-30.
LEIA: Ministro da AGU e outras autoridades tem visto americano revogado
Para ocupar suas cadeiras, os CEOs ausentes devem enviar os profissionais da área de sustentabilidade de suas empresas.
Por isso, Corrêa reconheceu que havia desafios logísticos, mas reforçou que agora é “o momento em que o setor privado pode liderar pelo exemplo”. O governo Lula conta com empresas privadas brasileiras para criar volume na COP30 totalmente esvaziada e com pouquíssima adesão.
Preço de hospedagens
Quando os organizadores do evento e os convidados falam sobre “desafios logísticos”, eles estão se referindo especialmente ao baixo número de leitos disponíveis na rede hoteleira, que fez os convidados recorrerem a plataformas como Airbnb e Booking.com.
MAIS: EUA desaconselham investimento no Brasil citando “juízes fora de controle” em fórum do Lide
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News
O fato mostra o total despreparo do governo Lula em seu terceiro mandato, na escolha do local e no planejamento de um evento internacional. Deixando claro que países e empresas não estão dispostos a compactuar com a falta de governança do governo Lula, do evento programado em um local sem a mínima estrutura para o que se é proposto segundo explicam especialistas.
As hospedagens disponíveis nos sites têm alto custo e qualidade duvidável. Isso desestimulou as empresas e os CEOs. Executivos argumentam também que não podem se hospedar em apartamentos de pessoas físicas por questões de compliance.

Ricardo Mussa, atual presidente da SB COP, acredita que algumas empresas estão usando esses argumentos apenas como uma “desculpa” para não participar do evento.
A SB COP reúne entidades equivalentes à Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 43 países, representando 35 milhões de empresas.
O governo Lula busca público para o evento que está esvaziado e afirma que, as condições de logística, infraestrutura e segurança para realizar a COP-30 estão garantidas. Além disso, a gestão brasileira afirma que Belém tem “uma oferta total de 53 mil leitos, número superior à estimativa de 50 mil participantes do evento”.
O governo também se ofereceu para ajudar na negociação de hospedagens para delegações estrangeiras, criando uma força-tarefa.
Até o final de agosto menos da metade, 61 países tinham confirmado presença na Conferência, segundo o Ministério do Turismo. Embora o grupo tenha 196 delegações.