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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou seu discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU para reforçar sua imagem de rival de Donald Trump, destacando diferenças em áreas geopolítica, comercial e ambiental. No entanto, o discurso de Trump, que sucedeu Lula na tribuna, tornou-se um fator que esvaziou a estratégia eleitoral do presidente brasileiro centrada na ideia de um “inimigo externo”. Trump como já havia feito outras vezes, voltou a deixar o caminho totalmente aberto para negociar o relaxamento de tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros, fazendo novo gesto de abertura que surpreendeu Lula que mantém firme os ataques aos EUA.

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Essa manutenção de posicionamento de Trump não só quebrou a narrativa da falta de diálogo direto criada pelo governo Lula, mas também desafia a retórica adotada por Lula desde julho, que focalizava o enfrentamento contra um inimigo externo vinculado a seus adversários de direita no Brasil. A estratégia de Lula de usar sua falta de diplomacia como disputa e plataforma eleitoral para a reeleição em 2026, incluindo slogans e atos oficiais, ficou ainda mais fraca pela atitude conciliatória de Trump.

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Especialistas apontam que Lula terá que lidar com a ausência desse inimigo externo que ele criou em seu discurso, e que uma negociação com Trump será necessária para resolver a questão das tarifas, sob risco de Lula assumir total responsabilidade pela situação econômica. A oposição já denunciava a estratégia de Lula como uma tentativa de desviar a atenção dos problemas brasileiros colocando Trump como bode expiatório.

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Ao mesmo tempo, auxiliares de Lula veem nesse gesto de Trump a possibilidade de ampliar a base eleitoral do presidente ao enfraquecer bandeiras do bolsonarismo. As tarifas americanas motivaram uma leve recuperação da popularidade de Lula, que vinha registrando índices baixos em 2025, e a ofensiva de Trump acabou criando um ambiente propício para Lula tentar capitalizar o momento a seu favor. No entanto, o cenário exige um ajuste na narrativa de Lula, que poderá ter que negociar diretamente com Trump, deixando de lado a retórica do inimigo externo para focar em resoluções diplomáticas e comerciais.

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Lula foge de reunião com Trump em participação na ONU

Aqui está o resumo cronológico com as datas dos principais eventos relacionados ao anúncio da reunião entre Trump e Lula na ONU:

Antes do anúncio:

A 80ª Assembleia Geral da ONU começou em 23 de setembro de 2025, em Nova York, com Lula sendo o primeiro a discursar, tradição mantida desde os anos 1950, e Trump discursando logo após (23 de setembro de 2025).

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Durante a Assembleia Geral da ONU:

  • No dia 23 de setembro de 2025, Lula proferiu seu discurso, criticando as tarifas dos EUA e a administração Trump como de costume, seguido pelo discurso de Trump, que afirmou que Lula é simpático e anunciou publicamente que os dois se reuniram durante a Assembleia da ONU
  • Ainda em 23 de setembro de 2025, durante a Assembleia, Lula e Trump tiveram um breve e amistoso encontro nos bastidores da ONU, onde Trump propôs a conversa e Lula aceitou imediatamente. A conversa durou cerca de 20 segundos e incluiu um abraço (23 de setembro de 2025).
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Após o anúncio de Trump:

O presidente Lula não quis se reunir com Donald Trump na ONU em setembro de 2025 e recusou a negociação pessoal e imediata de tarifas comunicada por Trump, alegando que tinha uma agenda cheia de compromissos estratégicos durante o período da 80ª Assembleia Geral da ONU, que ocorreu entre 22 e 24 de setembro de 2025.

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Especialista não entenderam como resolver o problema de milhares de brasileiros que estão há meses sofrendo com as tarifas pode ser menos importante do que outras reuniões para Lula. “Parece muita mais que Lula fugiu por medo”, afirmam.

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