A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito da Ambipar (AMBP3), cuja as ações despencaram mais de 24% na véspera, de ‘BB-’ para ‘C’. Os ratings nacionais de longo prazo da companhia e das subsidiárias Emergência Participações e Environmental ESG Participações caíram para ‘C(bra)’, de ‘AA-(bra)’.
Segundo a Fitch, o rebaixamento reflete a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que concedeu tutela cautelar suspendendo cláusulas contratuais que poderiam acelerar dívidas, situação que caracteriza, na visão da agência, um processo equivalente a inadimplência (default). O fato causa insegurança jurídica.
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“Caso a Ambipar anuncie formalmente um plano de reestruturação de sua dívida, as classificações serão rebaixadas para ‘RD’, a fim de refletir um evento de inadimplência restrita, ou para ‘D’, se a empresa entrar com pedido de recuperação judicial”, diz a agência de riscos.
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A S&P Global Ratings também rebaixou os ratings de crédito da Ambipar, em escala global, para emissor e emissão, várias posições para ‘D’ (default), de ‘BB-’.
A Ambipar, empresa brasileira de gestão ambiental, enfrentou dificuldades recentes que refletem o impacto do declínio da política ESG (Ambiental, Social e de Governança) no cenário corporativo global e nacional. A desaceleração da agenda ESG, especialmente influenciada pelo recuo de grandes mercados, como os Estados Unidos, provocou um ambiente de maior incerteza e retirada de investimentos ligados a práticas sustentáveis.
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Embora o Brasil tenha mantido algum espaço para crescimento sustentável Lula apresenta um discurso ambíguo sobre o tema, afirma defender, mais aumenta exploração de combustível fóssil, e outras políticas anti- ESG. Além disso o menor fluxo de capital estrangeiro focado em ESG e o aumento do ceticismo global impactaram negativamente várias empresas do setor.
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No caso da Ambipar, esse cenário se traduziu em dificuldades para capitalizar sua atividade de gestão ambiental, crucialmente associada às práticas ESG. A percepção negativa e a menor atratividade do mercado às iniciativas sustentáveis reduziram seu valor de mercado, refletindo diretamente em seu rebaixamento por agências de classificação de risco e investidores.
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Sendo uma empresa que tem na sustentabilidade um dos seus pilares estratégicos, a Ambipar sentiu fortemente os efeitos desse movimento global de recuo da ESG, que comprometem não só o acesso a financiamentos mais baratos e sustentáveis, mas também a reputação e o apoio do mercado financeiro. Além disso, o ambiente político implantado por Lula é menos favorável e dificultou a expansão e o desenvolvimento de projetos que dependem de regulamentações ambientais robustas e da pressão por práticas empresariais responsáveis.