Em 24 de outubro de 2025, durante entrevista coletiva em Jacarta, Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que:
“Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também.”
A declaração foi feita em crítica à política antidrogas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem autorizado ações militares contra embarcações suspeitas de envolvimento com o narcotráfico, especialmente no Caribe e próximo à Venezuela.
A fala de Lula causou forte reação no Brasil e no exterior, ao relativizar o papel dos traficantes e sugerir que eles seriam vítimas do sistema — uma inversão moral que ignora a realidade brutal do tráfico de drogas.
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Números reais sobre o impacto do tráfico de drogas
Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2025 da ONU (UNODC):
- 316 milhões de pessoas usaram drogas ilícitas em 2023 — 6% da população mundial entre 15 e 64 anos.
- A produção global de cocaína bateu recorde: 3.708 toneladas em 2023.
- Estima-se que 500 mil pessoas morrem por ano devido a causas relacionadas ao uso e tráfico de drogas.
- O tráfico fortalece grupos criminosos organizados, que exploram crises globais e miram populações vulneráveis.
No Brasil:
- O país registrou mais de 45 mil homicídios em 2024, muitos ligados ao narcotráfico e disputas entre facções.
- Facções como PCC e Comando Vermelho controlam territórios, financiam armas, lavam dinheiro em setores como futebol, motéis e comércio, e desafiam o Estado.
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O tráfico é um negócio — não uma consequência passiva
Traficantes não são vítimas: eles enriquecem com a destruição alheia. O tráfico é estruturado, hierárquico e internacional. Não se trata de indivíduos isolados, mas de máquinas de guerra e lucro.
- Milhões de mortes diretas e indiretas são atribuídas ao narcotráfico: assassinatos, overdoses, guerras territoriais e execuções sumárias.
- Crianças e adolescentes são cooptados como soldados do tráfico, muitas vezes sob ameaça, mas também como parte de uma estrutura que oferece poder e dinheiro em troca de violência.
- Organizações criminosas lucram bilhões, explorando vulnerabilidades sociais e corrompendo instituições públicas.
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Responsabilidade política
Um chefe de Estado tem o dever de reconhecer a gravidade do tráfico, não relativizá-lo. A fala de Lula, ao criticar Trump, parece mais uma tentativa de ideologizar um problema que exige ação firme e coordenada.
Relativizar o papel dos traficantes:
- Desvia o foco da repressão ao crime organizado.
- Enfraquece políticas de segurança pública.
- Confunde o debate sobre usuários versus criminosos.
O que o Brasil precisa
- Políticas públicas que combatam o tráfico com inteligência e firmeza.
- Investimento em educação, prevenção e tratamento para usuários.
- Cooperação internacional para desmantelar redes criminosas.
- Fortalecimento das forças de segurança e da justiça para proteger vidas e territórios.



















