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Durante visita oficial à Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração que gerou forte repercussão política e diplomática. Em entrevista coletiva concedida no dia 24 de outubro de 2025, Lula afirmou que “os traficantes são vítimas dos usuários” e que “seria mais fácil combater os viciados do que os traficantes”. A fala foi feita em Jacarta, capital de um dos países com as leis antidrogas mais severas do mundo, onde o tráfico é punido com pena de morte por fuzilamento.

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“Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também”, declarou Lula, ao comentar sobre políticas de combate às drogas.

A declaração foi rapidamente criticada por parlamentares da oposição e especialistas em segurança pública, que apontaram a contradição entre o discurso do presidente e o local onde foi proferido. A Indonésia é conhecida por sua política de tolerância zero com o tráfico de entorpecentes, e já executou dois brasileiros por esse tipo de crime.

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Execuções de brasileiros na Indonésia: um histórico doloroso

Em 18 de janeiro de 2015, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado por fuzilamento após ser condenado por tentar entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de uma asa-delta. Foi o primeiro brasileiro executado no exterior.

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Poucos meses depois, em 29 de abril de 2015, o também brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, diagnosticado com esquizofrenia, foi executado pelo mesmo método. Ele havia sido preso em 2004 ao tentar entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe.

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Ambos os casos geraram forte comoção no Brasil e mobilizaram esforços diplomáticos para tentar reverter as sentenças, sem sucesso. O governo brasileiro, à época, classificou as execuções como “um fato grave na relação entre os dois países”.

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Contraponto e repercussão

A fala de Lula, ao vitimizar os traficantes que criam negócios bilionários a custa da vida de outros, foi vista por críticos como inoportuna e contraditória, especialmente por ter sido feita em um país onde o tráfico é tratado como crime capital. Parlamentares como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG) usaram as redes sociais para alertar que o presidente de “passar pano para o crime” e “envergonha o Brasil no exterior”.

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Especialistas em segurança pública também se manifestaram. Para o sociólogo e ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, por exemplo, “a fala de Lula ignora o papel ativo do tráfico na violência urbana brasileira e pode enfraquecer o discurso de combate ao crime organizado”.

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Contexto internacional e debate interno

A declaração ocorre em um momento em que o Brasil enfrenta desafios crescentes na área da segurança pública, com o avanço do crime organizado e o aumento da violência em diversas regiões.

No plano internacional, a fala de Lula pode ser interpretada como um gesto de crítica indireta às políticas punitivistas, mas o local escolhido para essa manifestação — a Indonésia — tornou o episódio ainda mais sensível.

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