A JBS (JBSS3), maior produtora de carnes do mundo, enfrenta uma ação judicial nos Estados Unidos por supostamente enganar investidores sobre suas metas climáticas — e reacende o debate sobre greenwashing corporativo e transparência ambiental.
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Promessas verdes sob suspeita
A JBS, multinacional brasileira do setor de proteína animal, está sendo processada por um fundo de pensão americano que a acusa de falsas declarações sobre suas metas de sustentabilidade. A ação foi movida no Tribunal Distrital de Colorado, nos EUA, e aponta que a empresa teria promovido metas climáticas ambiciosas — como zerar emissões até 2040 — sem apresentar planos concretos ou viáveis para alcançá-las.
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Impacto financeiro e reputacional
Segundo o fundo litigante, essas declarações teriam influenciado decisões de investimento, configurando uma violação das leis americanas de valores mobiliários. A acusação sugere que a JBS teria se beneficiado de uma imagem ambientalmente responsável, enquanto suas operações continuavam altamente emissoras e sem controle efetivo sobre fornecedores indiretos — como criadores de gado ligados ao desmatamento.
O que diz a JBS?
A empresa nega irregularidades e afirma que suas metas climáticas são públicas, auditadas e alinhadas com padrões internacionais. Em nota, a JBS declarou que “segue comprometida com a transparência e com a construção de uma cadeia de produção mais sustentável”. No entanto, críticos apontam que a companhia ainda não divulga dados completos sobre sua cadeia de fornecimento, especialmente em regiões sensíveis como a Amazônia.
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Greenwashing sob escrutínio legal
O caso da JBS se soma a uma tendência crescente nos EUA e Europa de ações judiciais contra empresas acusadas de greenwashing — prática de promover uma imagem ambientalmente responsável sem respaldo real. Grandes investidores e reguladores têm pressionado por maior rigor na divulgação de metas ESG (ambientais, sociais e de governança), especialmente em setores de alto impacto climático como o agronegócio e a indústria de carnes.
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JBS na bolsa e nos tribunais
A JBS é listada na B3 sob o ticker JBSS3 e também busca abrir capital na Bolsa de Nova York. A ação judicial pode complicar esse processo, já que a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) tem intensificado a fiscalização sobre práticas ambientais e transparência de empresas estrangeiras que operam no mercado americano.
Principais benefícios das metas ambientais para empresas nos EUA :
Nos Estados Unidos, metas ambientais oferecem às empresas benefícios financeiros, reputacionais e regulatórios — incluindo acesso a incentivos fiscais, atração de investidores e vantagem competitiva no mercado.
Incentivos fiscais e subsídios
Empresas que adotam práticas sustentáveis podem se qualificar para créditos fiscais federais e estaduais, como os previstos na Inflation Reduction Act, que oferece bilhões de dólares em incentivos para redução de emissões, uso de energia limpa e inovação verde.
- Valorização da marca e fidelização de clientes
Consumidores americanos estão cada vez mais conscientes e exigentes. Empresas com metas ambientais claras e transparentes ganham reputação positiva, atraem clientes fiéis e se destacam em setores competitivos. - Acesso a capital e investidores ESG
Fundos de investimento focados em ESG (ambiental, social e governança) priorizam empresas com metas climáticas bem definidas. Isso amplia o acesso a financiamento sustentável e melhora a posição da empresa em índices como o Dow Jones Sustainability Index. - Parcerias estratégicas e inovação
Empresas com metas ambientais atraem parceiros estratégicos, universidades e centros de pesquisa para desenvolver soluções inovadoras, como biotecnologia, reciclagem avançada e agricultura regenerativa.
Exemplo prático:
Gigantes como Apple, Microsoft e Tesla adotaram metas climáticas agressivas e se tornaram referência em sustentabilidade corporativa nos EUA. Isso não apenas elevou seu valor de mercado, mas também consolidou sua imagem como líderes éticos e inovadores.


















