O gasto do setor público consolidado com juros da dívida bateu valor recorde no acumulado de 1 ano até setembro de 2025. Atingiu R$ 984,8 bilhões no período. Com isso, o deficit nominal anualizado do Brasil somou R$ 1,018 trilhão no mês.
O BC (Banco Central) divulgou o relatório “Estatísticas Fiscais” nesta sexta-feira 31 de outubro. O setor público consolidado é formado por União, Estados, municípios e estatais. A última vez que o déficit nominal acumulado em 12 meses ficou acima de R$ 1 trilhão foi em novembro de 2024.
O principal motivo para o deficit trilionário é montante de gasto com juros da dívida. A despesa aumentou R$ 165,1 bilhões em relação ao acumulado de 12 meses até setembro de 2024.
Os juros da dívida alcançaram 7,89% do PIB (Produto Interno Bruto). Havia sido de 7,11% no mesmo mês do ano passado. O pico em proporção do PIB foi em dezembro de 2024, quando atingiu 7,89%.
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Parte da explicação é a taxa básica de juros, a Selic, elevada. O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou o patamar para 15% ao ano em junho de 2025.
O deficit nominal de R$ 1,018 trilhão corresponde a 8,16% do PIB. Em agosto, o saldo negativo nas contas era de R$ 969,6 bilhões, ou 7,81% do PIB.
Há 1 ano, o déficit nominal era de R$ 1,065 trilhão, ou 9,24% do PIB. Importante lembrar que de acordo com relatório emitido pelo Senado, a quantidade de dinheiro gasto que o governo Lula retirou da regra fiscal e que por esta razão ficam escondidas dos números apresentados.
Ao excluir os gastos com juros da dívida, o setor público consolidado registrou deficit primário de R$ 33,2 bilhões no acumulado de 12 meses até setembro (0,27% do PIB). O saldo negativo havia sido de R$ 245,6 bilhões no mesmo período do ano anterior.
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DÍVIDA BRUTA
A DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) atingiu 78,1% do PIB (Produto Interno Bruto) em setembro. Aumentou 0,6 ponto percentual em relação a agosto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o cargo com a relação dívida-PIB em 71,7%. Desde então, aumentou 6,4 pontos percentuais, segundo os dados da autoridade monetária. Desconsiderando todos os gastos que o governo Lula conseguiu autorização para manobrar e retirar deste cálculo, mas que continuam existindo e precisarão ser pagas.
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A dívida bruta engloba o governo federal, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e os governos estaduais e municipais. Em valores, o endividamento corresponde a R$ 9,7 trilhões.
