O Copom manteve a taxa Selic em 15% na reunião de ontem (5/11), reforçando um tom cauteloso diante das incertezas econômicas e contrariando parte das expectativas do mercado.
Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, pela terceira reunião consecutiva, consolidando o maior patamar desde julho de 2006. A medida, anunciada na quarta-feira (5), reflete a estratégia da autoridade monetária de conter pressões inflacionárias persistentes.
Contexto e justificativas
O comunicado do Copom destacou que, apesar de uma leve melhora nas projeções de inflação, o comitê seguirá vigilante e poderá aumentar a taxa se necessário.
Segundo o Banco Central, a decisão visa garantir que as expectativas de inflação converjam para o centro da meta de 3%, reforçando o compromisso com a estabilidade de preços.
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Reações do mercado e análise técnica
A decisão surpreendeu parte dos analistas, que esperavam um sinal mais claro de flexibilização futura. O economista Leonardo Costa, da ASA Investments, classificou o comunicado como “neutro/hawk”, indicando uma postura ainda dura, sem abertura para cortes no curto prazo.
O mercado financeiro, que já convive com uma das maiores taxas de juros reais do mundo (9,74%), reagiu com cautela. A manutenção da Selic nesse nível elevado tende a frear o consumo e o crédito, impactando negativamente o setor produtivo, que já vinha pressionando por uma redução.
Bancos tendem a lucrar mais quando a taxa Selic está alta, especialmente em determinados segmentos. Aqui está uma análise detalhada:
Por que a Selic alta favorece os lucros dos bancos?
A taxa Selic é a referência para os juros no Brasil, e sua elevação impacta diretamente diversas fontes de receita dos bancos:
1. Receita com títulos públicos
- Bancos mantêm grandes volumes de títulos do Tesouro Nacional, que rendem mais com a Selic elevada.
- Isso gera lucros automáticos, sem risco de inadimplência.
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2. Spread bancário
- O spread é a diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro (como na poupança) e o que cobra ao emprestar.
- Com a Selic alta, os juros cobrados em empréstimos e financiamentos sobem, ampliando o spread.
3. Produtos de crédito
- Cartões de crédito, cheque especial e crédito pessoal têm juros atrelados à Selic.
- Mesmo com menor demanda, os bancos lucram mais por operação.
4. Menor concorrência de ativos
- Com a Selic alta, investidores migram para renda fixa, reduzindo o apetite por ações ou produtos de terceiros.
- Isso fortalece os fundos próprios dos bancos, que oferecem rentabilidade competitiva.
Mas há riscos e limites
Apesar dos ganhos, a Selic alta também traz desafios:
- Inadimplência pode subir, já que o crédito fica mais caro. Porém os Bancos só emprestam para quem tem como pagar, normalmente com alienação de algum bem ou ativo.
- Menor demanda por empréstimos, o que pode reduzir o volume de operações.
- Pressão política e social, pois juros altos afetam o consumo e o crescimento. Juros prejudicam a população não os Bancos.









