O Banco Central definiu as regras para o mercado de criptomoedas no Brasil, marcando um novo capítulo na regulação dos ativos digitais. A medida visa garantir mais segurança, transparência e estabilidade ao setor, com impacto direto sobre corretoras, investidores e projetos de criptoativos.
VEJA: Novas Regras Tributárias em 2026: Aumento de Impostos para Investidores, Empresas e IPTU
Banco Central regulamenta mercado de criptomoedas no Brasil: veja o que muda
Brasília, novembro de 2025 – O Banco Central do Brasil (BCB) publicou nesta semana as diretrizes que vão nortear o funcionamento do mercado de criptomoedas no país. A regulamentação, aguardada desde a sanção do Marco Legal dos Criptoativos em 2022, estabelece regras para prestadores de serviços de ativos virtuais (PSAVs), como corretoras, exchanges e custodiante de criptoativos.
A nova norma tem como objetivo proteger os investidores, prevenir crimes financeiros e integrar o setor ao sistema financeiro nacional, sem sufocar a inovação tecnológica.
MAIS: Elon Musk tem pacote salarial bilionário aprovado por acionistas com base em seus resultados
Principais mudanças trazidas pela regulação:
- Autorização obrigatória do Banco Central:
Empresas que atuam como PSAVs precisarão obter autorização formal do BCB para operar no Brasil. Isso inclui exchanges, custodiante de criptoativos e plataformas de negociação. - Exigência de sede no país:
As empresas deverão ter sede e representação legal no Brasil, o que facilita a fiscalização e a responsabilização em caso de irregularidades. - Segregação de ativos:
Os ativos dos clientes deverão ser mantidos separados dos ativos da empresa, evitando riscos em caso de falência ou má gestão. - Governança e compliance:
As empresas terão que seguir regras rígidas de governança corporativa, controle interno, prevenção à lavagem de dinheiro e segurança cibernética. - Prazo para adequação:
As empresas já atuantes terão até junho de 2026 para se adequarem às novas exigências. Após esse prazo, operar sem autorização será considerado infração grave.
Impacto no mercado
A regulamentação é vista como um divisor de águas para o setor de criptoativos no Brasil. Especialistas apontam que a medida pode:
- Atrair investidores institucionais, que exigem ambientes regulados.
- Reduzir fraudes e pirâmides financeiras, comuns em ambientes sem supervisão.
- Estimular a inovação, ao oferecer um marco legal claro para startups e projetos blockchain.
Segundo o Banco Central, o objetivo é equilibrar inovação com estabilidade, sem sufocar o crescimento do setor. A regulação também aproxima o Brasil de padrões internacionais, como os adotados pela União Europeia e Estados Unidos.
O que investidores devem observar
- Verifique se a corretora está em processo de autorização pelo BCB.
- Priorize plataformas que já adotam práticas de segregação de ativos e compliance.
- Fique atento às mudanças nos termos de uso e políticas de segurança das exchanges.
Com essa medida, o Brasil dá um passo importante rumo à maturidade regulatória no mercado de criptoativos, oferecendo mais segurança para quem investe e mais previsibilidade para quem empreende.
Quem regulamenta e quem legisla?
- O Poder Legislativo (Congresso Nacional) é responsável por criar leis — ou seja, ele define o que pode ou não pode ser feito, em termos gerais.
- O Poder Executivo, por meio de órgãos como o Banco Central, regulamenta — ou seja, ele detalha como essas leis serão aplicadas na prática.
MAIS: André Esteves do BTG Pactual assume controle da maior rede de estacionamentos do Brasil
No caso das criptomoedas:
- O Marco Legal dos Criptoativos foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2022. Ele definiu que o Banco Central será o regulador do setor.
- Com base nessa lei, o Banco Central agora está publicando normas técnicas e operacionais para que empresas e investidores saibam como atuar legalmente no mercado de criptoativos.
Exemplo prático:
- O Congresso diz: “Empresas de criptoativos devem ser reguladas.”
- O Banco Central diz: “Essas empresas precisam ter sede no Brasil, separar ativos dos clientes, seguir regras de compliance, etc.”
Claro! Aqui estão as principais críticas e pontos negativos levantados por especialistas e agentes do mercado sobre a regulamentação do Banco Central para o setor de criptomoedas no Brasil:
Críticas e preocupações sobre a nova regulação das criptos
1. Risco de burocratização excessiva
- Muitos empreendedores e startups temem que as exigências do Banco Central — como sede no Brasil, segregação de ativos e autorização formal — aumentem os custos operacionais e dificultem a entrada de novos players.
- Isso pode reduzir a concorrência e favorecer apenas grandes empresas já consolidadas.
AINDA: Desconexão com a realidade: o mau exemplo de Janja em discurso e informação falsa na COP 30…
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News
2. Possível sufocamento da inovação
- O setor cripto é conhecido por sua agilidade e constante evolução. Regras muito rígidas podem desestimular projetos inovadores, especialmente em áreas como DeFi (finanças descentralizadas), NFTs e DAOs.
- Há receio de que o Brasil fique para trás em relação a países com abordagens mais flexíveis.
3. Falta de clareza sobre ativos específicos
- A regulação foca nos prestadores de serviços de ativos virtuais (PSAVs), mas ainda há pouca definição sobre como serão tratados ativos como stablecoins, tokens de utilidade ou criptoativos híbridos.
- Isso pode gerar insegurança jurídica para investidores e emissores.
4. Prazo curto para adequação
- Empresas já atuantes terão até junho de 2026 para se adequar. Para muitas, esse prazo é considerado apertado, especialmente diante da necessidade de reestruturação legal, técnica e operacional.
AINDA: Jovem é ameaçado pelo Comando Vermelho após elogiar mega operação policial…
5. Risco de evasão de empresas
- Algumas corretoras internacionais podem optar por sair do mercado brasileiro em vez de se adaptar às exigências locais, o que pode reduzir a oferta de serviços e limitar o acesso dos brasileiros a plataformas globais.
que especialistas sugerem:
- Diálogo contínuo com o setor para ajustar regras conforme a evolução tecnológica.
- Regulação proporcional ao porte da empresa, evitando que pequenas startups sejam tratadas como grandes bancos.
- Flexibilidade para modelos descentralizados, que não se encaixam facilmente na lógica tradicional de prestadores de serviço.






















