Em um movimento estratégico que sinaliza uma nova fase de investimentos, o conglomerado japonês SoftBank anunciou a venda de sua participação na Nvidia, arrecadando US$ 5,83 bilhões. A operação visa reforçar o caixa da empresa para financiar projetos ambiciosos em inteligência artificial (IA), como data centers, fábricas de robôs e aquisições no setor tecnológico.
Estratégia de capital para IA
A venda ocorre em meio ao crescente debate sobre o retorno dos investimentos bilionários em IA. Enquanto gigantes como Meta e Alphabet projetam gastos superiores a US$ 1 trilhão nos próximos anos, o SoftBank busca se posicionar como protagonista nesse ecossistema. O fundador Masayoshi Son pretende canalizar os recursos para iniciativas como o data center Stargate e um polo de manufatura de IA no Arizona, avaliado em US$ 1 trilhão.
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Segundo o diretor financeiro Yoshimitsu Goto, a decisão de vender a Nvidia não está relacionada ao desempenho da empresa, mas sim à necessidade de financiamento. “Vendemos a Nvidia para utilizar o capital em nosso financiamento”, afirmou em teleconferência.
Histórico e valorização
O SoftBank já havia se desfeito de sua fatia na Nvidia em 2019, antes da valorização impulsionada pelo lançamento do ChatGPT. Embora não esteja claro quando a participação foi recomprada, a última divulgação indicava um investimento de US$ 3 bilhões em março. Desde então, a Nvidia acumulou mais de US$ 2 trilhões em valor de mercado.
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Essa valorização, somada ao investimento na OpenAI, contribuiu para o lucro líquido de ¥2,5 trilhões (US$ 16,2 bilhões) no segundo trimestre fiscal — superando em quatro vezes a estimativa média dos analistas. A valorização da OpenAI desde a entrada do SoftBank foi de US$ 14,6 bilhões.
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Portfólio robusto e novas aquisições
O grupo japonês detém participações em empresas como OpenAI, ByteDance e Perplexity AI, que impulsionaram suas ações em 78% no trimestre encerrado em setembro — o melhor desempenho desde 2005. Além disso, o SoftBank anunciou um desdobramento de ações na proporção de 4 para 1, com vigência a partir de 1º de janeiro, visando atrair investidores de varejo japoneses.
Entre os próximos passos, o SoftBank pretende investir US$ 22,5 bilhões na OpenAI por meio do Vision Fund 2, adquirir a Ampere Computing por US$ 6,5 bilhões e comprar a divisão de robótica da ABB por US$ 5,4 bilhões. Para isso, aumentou seu empréstimo com garantia de ações da Arm Holdings de US$ 13,5 bilhões para US$ 20 bilhões, além de obter empréstimos-ponte para financiar essas operações.
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Perspectivas e avaliação de mercado
Analistas apontam que o SoftBank deixou de ser uma forma “barata” de acessar o setor de IA, dado o forte desempenho de suas ações. Segundo relatório da Finimize Research, “o desconto praticamente desapareceu, então pode ser um bom momento para vender e realizar lucros”.
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Com liquidez reforçada e um portfólio estratégico, o SoftBank se posiciona para liderar a próxima onda de inovação em inteligência artificial, mesmo diante das incertezas sobre o retorno desses investimentos.






















