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A JBS (JBSS3) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 com números mistos, refletindo tanto a força de sua plataforma global quanto os desafios pontuais em mercados-chave. O lucro líquido foi de US$ 581 milhões, uma queda de 16% em relação ao 3T24, impactado principalmente pela compressão de margens na operação de bovinos nos Estados Unidos.

O lucro por ação (EPS, na sigla em) ficou em US$ 0,52, comparado a US$ 0,62 no mesmo período de 2024.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado IFRS somou US$ 1,84 bilhão, queda de 14,8% ante os US$ 2,15 bilhões do terceiro trimestre de 2024, enquanto o Ebitda ajustado US GAAP ficou em US$ 1,62 bilhão, recuo de 11% na mesma base comparativa.

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Principais números

Indicador3T25Variação YoY
Receita líquidaUS$ 22,5 bilhões+13%
Lucro líquidoUS$ 581 milhões–16%
EBITDA ajustadoUS$ 1,8 bilhão–15%
Margem EBITDA consolidada8,1%–1,7 p.p.
ROE (últimos 12 meses)23,7%
Alavancagem (dívida/EBITDA)2,39xEstável

Destaques operacionais

  • JBS Beef North America: Apesar de ter registrado receita recorde de US$ 7,2 bilhões, a divisão enfrentou margens negativas devido à oferta restrita de gado e custos elevados. Essa unidade representa cerca de 30% do resultado consolidado e foi o principal fator de pressão no trimestre.
  • Modelo multiproteína e multigeográfico: A diversificação da JBS continua sendo um pilar de resiliência. O CEO Gilberto Tomazoni destacou a disciplina operacional e a capacidade de adaptação como diferenciais competitivos.
  • Seara e PPC (Pilgrim’s Pride): Sofreram com compressão de margens, especialmente na Seara, devido à queda nos preços de proteínas no Brasil e custos de grãos ainda elevados.

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Visão para investidores

Apesar da queda no lucro e na margem EBITDA, o resultado veio em linha com as expectativas de mercado, o que pode limitar reações negativas no curto prazo. A alavancagem controlada (2,39x) e o ROE robusto (23,7%) reforçam a solidez financeira da companhia. As investigações pelas quais a empresa está passando nos EUA também devem pesar na balança, com acusações de enganar investidores inclusive.

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Pontos de atenção:

  • Pressão de margens nos EUA pode persistir no curto prazo, exigindo atenção à dinâmica de oferta de gado.
  • A recuperação da Seara dependerá da normalização dos preços e da demanda doméstica.
  • O desempenho da PPC será crucial para sustentar o EBITDA consolidado.

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Pontos positivos:

  • Forte geração de caixa e disciplina financeira.
  • Diversificação geográfica e de proteínas continua mitigando riscos.
  • Potencial de valorização com a listagem recente na NYSE e maior visibilidade internacional.

Na superfície, os resultados da JBS no 3T25 parecem sólidos — receita em alta, lucro estável, alavancagem controlada. Mas para o investidor atento, há sim pontos de atenção que merecem análise crítica:

Sinais de alerta para investidores

  • Margens pressionadas nos EUA: A operação de bovinos na América do Norte, que representa uma fatia relevante do EBITDA, continua sofrendo com oferta restrita de gado e custos elevados. Isso pode limitar a expansão de margem nos próximos trimestres.
  • Queda no lucro líquido ano a ano: Apesar da leve alta em relação ao 2T25, o lucro caiu 16% em comparação ao 3T24. Isso mostra que a empresa está enfrentando desafios para manter a rentabilidade em um ambiente global mais competitivo.
  • Seara com desempenho fraco: A unidade brasileira de aves e suínos teve queda de margem, impactada por preços mais baixos e custos de grãos ainda elevados. Isso pode afetar a percepção de crescimento doméstico.
  • EBITDA abaixo do histórico: Embora o EBITDA tenha crescido trimestre a trimestre, ele ainda está abaixo dos níveis de 2022 e início de 2023, o que pode indicar uma fase de ajuste estrutural.

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O que o investidor deve observar

  • Capacidade de recuperação da margem nos EUA: Se o ciclo de oferta de gado não melhorar, a JBS pode continuar com margens comprimidas em sua principal operação.
  • Eficiência operacional da Seara: A retomada da rentabilidade depende da gestão de custos e da recuperação da demanda interna.
  • Câmbio e juros: A exposição global da JBS é positiva, mas também a torna vulnerável a oscilações cambiais e políticas monetárias nos EUA e Brasil.

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Em resumo: não é um resultado ruim, mas não é livre de riscos. A JBS continua sendo uma empresa sólida e diversificada, mas o investidor precisa acompanhar de perto os movimentos de margem, custos e demanda — especialmente em um cenário global volátil.

Esta análise serve para lhe mostrar alguns pontos importantes a se observar sobre a empresa, não objetiva indicar compra ou venda. É sempre importante entender, para fazer suas escolhas e não depender de analistas ou especialistas para definir os rumos de seu patrimônio.

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