A Lavoro, empresa do setor agro, obteve a homologação de seu plano de recuperação extrajudicial pela Justiça de São Paulo de R$ 205 bilhões. O acordo contou com o apoio de credores que representam cerca de 67% do valor dos créditos elegíveis de fornecedores, incluindo grandes nomes como Adama Brasil, UPL Brasil, FMC Agrícola, BASF, Ourofino e EuroChem.
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Com a decisão, a companhia avança em seu processo de reestruturação financeira e anunciou negociações para a venda de ativos do segmento Crop Care, envolvendo as empresas Agrobiológica, Cromo Química e Union Agro. A Perterra, por sua vez, não está incluída nas tratativas e seguirá sob controle da Lavoro.
Além da reestruturação, a empresa comunicou mudanças na liderança: o atual CEO, Ruy Cunha, deixa o cargo em 30 de novembro, sendo substituído por Marcelo Pessanha, que assume em 1º de dezembro.
- Homologação do plano de recuperação extrajudicial pela Justiça de São Paulo.
- Apoio de 67% dos credores fornecedores.
- Venda de ativos estratégicos do segmento Crop Care.
- Mudança na presidência: saída de Ruy Cunha e entrada de Marcelo Pessanha.
Porque a Lavouro entrou em crise?
Excesso de estoques: A empresa acumulou grandes volumes de insumos agrícolas (fertilizantes, defensivos, sementes) sem conseguir girar o inventário. Isso pressionou o caixa e reduziu a capacidade de renovar linhas de crédito.
Queda na demanda: O setor agro enfrentou retração em algumas culturas, especialmente soja e milho, devido a preços internacionais mais baixos e custos elevados de produção. Isso reduziu a procura por insumos.
Problemas financeiros internos: Com dívidas superiores a R$ 2 bilhões, fornecedores passaram a restringir crédito e exigir pagamentos antecipados, o que dificultou a manutenção de operações comerciais normais.
Cenário macroeconômico: A alta dos juros no Brasil, imposta pelo excesso de gastos do governo Lula, encareceu financiamentos para produtores rurais, que passaram a comprar menos insumos ou adiar investimentos.
Impactos no setor agro
- Pressão sobre concorrentes: A crise da Lavoro expõe vulnerabilidades comuns a distribuidoras de insumos agrícolas, como estoques elevados e dependência de crédito caro. Isso pode levar outras empresas a rever estratégias de financiamento e gestão de inventário.
- Exemplo para o mercado: A recuperação extrajudicial, em vez da judicial, foi escolhida para dar mais agilidade e reduzir desgaste jurídico. Esse modelo pode inspirar outras companhias endividadas a buscar soluções semelhantes.
- Percepção de risco: Investidores internacionais acompanham de perto, já que a Lavoro tem ações listadas na Nasdaq. A crise pode afetar a imagem do agronegócio brasileiro como destino de capital estrangeiro.








