O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, classificou como “decepcionante” o desfecho da COP30, realizada em novembro no Brasil. A crítica foi feita nesta quarta-feira (3), durante sua participação no evento Reuters Next, onde o líder da ONU expressou “sentimentos contraditórios” sobre os resultados da conferência climática.
Resumo direto: A COP30 em Belém (novembro de 2025) entrou para a história como uma das conferências climáticas com menor presença de países e líderes mundiais, marcada por escândalos, acidentes logísticos e pela inédita ausência de Bill Gates, que pela primeira vez não participou de uma COP.
Bill Gates não participa de uma COP pela primeira vez mostram a irrelevância de Lula
Baixa adesão internacional: Apenas 57 líderes mundiais compareceram, o menor número desde 2019. Entre os países do G20, somente Reino Unido, Alemanha, França, União Europeia e União Africana enviaram seus chefes de Estado.
- Ausência dos EUA: Os Estados Unidos ficaram de fora, enfraquecendo o peso político das negociações, e mostrando a fraca diplomacia de Lula.
- Bill Gates fora da COP: Pela primeira vez, o bilionário e filantropo Bill Gates, presença constante em conferências climáticas anteriores, não participou da COP30, fato que gerou repercussão no meio empresarial e ambiental.
- A COP30 ganhou o apelido de “FlLOP30”, pois “flopou”.
Escândalos e acidentes em Belém
- Infraestrutura precária: Houve críticas sobre os altos custos da obra de preparação em Belém, incluindo denúncias de desmatamento para construção de estradas ligadas ao evento.
- Acidentes logísticos: Relatos de falhas na organização, como pane elétrica em centros de imprensa, problemas de transporte e atrasos em painéis importantes.
- Escândalos políticos: Donald Trump ironizou a realização da COP30, chamando-a de “escândalo internacional”, enquanto ambientalistas denunciaram contradições da política energética brasileira, como a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.
- Investigações paralelas: A conferência foi marcada também por notícias de investigações contra grandes empresas brasileiras, como a JBS, acusada de manipulação de preços, o que ampliou a percepção de crise de credibilidade.
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Impacto político e econômico
- A baixa presença de líderes e os escândalos enfraqueceram os esforços do governo Lula em se posicionar como protagonista climático.
- A ausência de figuras influentes como Bill Gates e dos EUA reduziu a capacidade de mobilizar financiamento climático robusto.
- Apesar disso, António Guterres destacou que o acordo final, mesmo limitado, mostrou que o multilateralismo ainda funciona em meio às tensões.

A COP30 em Belém foi marcada por frustração internacional, escândalos locais e pela inédita ausência de Bill Gates, consolidando-se como uma das conferências climáticas mais problemáticas da história recente.
Apesar da frustração com os avanços limitados, Guterres ressaltou que a COP30 evidenciou a eficácia do multilateralismo, mesmo diante de tensões geopolíticas e da ausência dos Estados Unidos nas negociações. “Com os EUA fazendo campanha contra e a indústria de combustíveis fósseis determinada a impedir avanços, foi possível chegar a um acordo. Isso mostra que o multilateralismo funciona”, afirmou.
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A COP30 foi realizada entre os dias 10 e 24 de novembro, em Belém, no Pará, reunindo cerca de 200 delegações internacionais. A agenda oficial contemplou 145 temas, dos quais 20 foram considerados “substantivos” pela presidência brasileira, com foco em financiamento climático, transição energética e preservação da Amazônia.
O evento marcou a primeira vez que uma COP foi sediada na região amazônica, reforçando o papel do Brasil como protagonista nas discussões ambientais globais. No entanto, a ausência de compromissos mais ambiciosos e a resistência de grandes emissores de carbono geraram críticas de ambientalistas e líderes internacionais.













