Alta da Selic deve desagradar mercados. O Banco Central elevou a Taxa Básica de Juros (Selic) em 0,5% indo a 13,75% ao ano. Entretanto, existem analistas, que o dizem que BC não descartou novas altas.
E assim, segundo Roberto Padovani, economista-chefe do BV, nas últimas sessões, o mercado precificou o fim da alta dos juros. Tanto que nesta pregão, ações como Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), que são atingidas diretamente pelos juros, dispararam.
Para Cassiano Konig, sócio-fundador da GT Capital, tanto o aumento da Selic em 0,50% quanto a indicação de um novo aumento, porém menor, no próximo encontro eram esperados.
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Porém, “o Banco Central não deve sinalizar o fim do ciclo de alta da taxa de juros”, pondera o gestor. Para ele, ainda cabem mais uma ou duas altas na Selic até o fim do ano.
Até por isso, o economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito, revisou a estimativa para a taxa terminal e vê agora o juro básico em 14,25%.
“Mudamos nossa projeção, sendo duas altas de 0,25%, o que satisfaz a sinalização do último parágrafo”, diz o economista, em comentário, referindo-se ao trecho citado acima.
Por outro lado, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar mais uma vez a taxa básica de juros foi considerada “equivocada” pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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Na avaliação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a taxa de juros real já supera, desde dezembro do ano passado, o patamar suficiente para desacelerar a inflação nos próximos meses.
A CNI entende que, neste momento, o novo aumento da taxa de juros é dispensável para o combate da inflação e trará custos adicionais desnecessários para atividade econômica, com reflexos negativos sobre consumo, produção e emprego”, afirma o executivo.
A entidade avalia ainda que as desonerações recentes sobre energia elétrica, combustíveis, telecomunicação e transporte coletivo reforçam o movimento de desaceleração da inflação e lembra que, para julho e agosto, a expectativa é de deflação.