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A PetroRio (PRIO3), maior representante privada do setor, também apresentou os números do quarto trimestre para o mercado.

A companhia reportou lucro líquido de US$ 189,8 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 19% ante o mesmo período de 2021. No consolidado anual, o indicador saltou 193% em relação ao ano anterior e chegou a um valor recorde de US$ 711,5 milhões.

Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 23%, na base trimestral, para US$ 168,6 milhões. Em 2022, o resultado cresceu 81% e bateu os US$ 927,1 milhões. Vale destacar que os dados excluem o padrão contábil IFRS 16.

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A receita total teve um desempenho similar ao do Ebitda, pois caiu 42% na comparação trimestral, mas subiu 54% em 2022, para US$ 1,25 bilhão.

Outro destaque do balanço é o lifting cost — ou seja, os custos com a produção — de US$ 8,60 por barril no quarto trimestre, o menor já registrado na história da companhia.

O impacto do imposto sobre exportação anunciado por Lula

A Prio deve ser a empresa mais afetada pela tarifa de 9,2% sobre as exportações de petróleo anunciada pelo governo federal, considerando que a companhia embarca toda a sua produção. Com a incidência em quatro meses, o impacto no Ebitda pode ficar entre US$ 64 milhões e US$ 75 milhões – chegando até a US$ 225 milhões se houver extensão de prazo para o ano todo.

O Credit Suisse antevê um impacto negativo de US$ 75 milhões no Ebitda da petrolífera, cerca de 1% do valor de mercado atual. Se o governo estender os impostos, o impacto no Ebitda pode chegar a US$ 225 milhões em um ano e, com os impostos incorporados indefinidamente no modelo, o preço-alvo para as ações da Prio cairia de R$ 42 para R$ 35, uma mordida de 17%.

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Os analistas do BTG Pactual, Pedro Soares e Thiago Duarte, avaliam que, caso o imposto dure os quatro meses previstos, o impacto no Ebitda da Prio será de US$ 64 milhões. Caso o período de implementação do imposto seja estendido, o banco calcula que o impacto no Ebitda da Prio pode chegar a 11%, reduzindo em 15% o valor presente liquido da companhia.

O Citi tem preço-alvo de R$ 60 para as ações da Prio e, considerando o novo imposto, o preço-alvo pode cair para R$ 52, redução de 13%. O Itaú BBA corrobora, calculando impacto de 4% do Ebitda estimado para 2023 com a alíquota em quatro meses.

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“O mecanismo é efetivamente destruidor de valor para as empresas de produção e exploração – uma indústria que representa cerca de 13% do PIB do país”, criticaram os analistas Regis Cardoso e Marcelo Gumiero, do Credit Suisse. Segundo eles, a introdução da tarifa reduz os preços de paridade de exportação, afetando a receita das empresas, em particular as independentes.

Governo já tem receita substancial o imposto não é necessário

Como o volume das exportações de petróleo são bem menores do que a produção, eles consideram que os recursos arrecadados são desproporcionais aos danos causados. Além disso, a tarifa de exportação não deveria ser necessária, pois o governo já possui receitas substanciais, e deve recuperar R$ 6,7 bilhões com os impostos (ou até menos, considerando a de R$ 6,4 bilhões do Citi), ante R$ 9,6 bilhões que receberá em dividendos sob a política atual, emendam.

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Os analistas do CS consideram que os impactos na Petrobras são menores em termos relativos dada a participação em refino – na estatal, o efeito negativo seria de US$ 650 milhões no Ebitda, ou US$ 430.

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milhões após impostos, menos de 1% do valor de mercado. Para um ano inteiro, o impacto no Ebitda seria de US$ 2 bilhões, com os impostos permanentes levando a uma queda no preço-alvo para os recibos de ações (ADRs) de US$ 16 para US$ 14.

Na bolsa, a ação da Prio chegou a cair mais de 4% durante o dia anterior ao resultado, mas fechou em queda de 0,95%, a R$ 33,38. A companhia divulgou há pouco o balanço do quarto trimestre, com queda de 42% na receita total, que foi de US$ 185 milhões, mas ainda assim alta de 19% do lucro, para US$ 190 milhões, suportado pelo impacto do imposto diferido.

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