Dólar cai 1% e fecha no menor valor em quase um mês. Entenda motivos. Os dados positivos do mercado de trabalho norte-americano trouxeram otimismo para os mercados globais, abrindo espaço para a queda firme do dólar ante o real nesta sexta-feira, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas de países emergentes e exportadores de commodities.
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O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9437 reais na venda, em baixa de 0,97%, na menor cotação de encerramento desde 17 de abril, quando havia marcado 4,9380 reais. Foi o terceiro dia consecutivo em que a moeda norte-americana se manteve abaixo da linha psicológica de 5 reais. Na semana, o dólar acumulou queda de 0,91%.
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No início da sessão, o dólar chegou a sustentar ganhos ante o real, com investidores à espera do payroll, o relatório de emprego privado dos EUA.
De acordo com o Departamento do Trabalho, a economia dos EUA abriu 253.000 postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, acima das 180.000 vagas projetadas por economistas consultados pela Reuters. Já o salário médio por hora subiu 0,5%, após avançar 0,3% em março.
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Pouco depois da divulgação dos dados, considerados positivos, a moeda norte-americana passou definitivamente para o território negativo e foi acelerando as perdas.
Por trás do movimento estava a percepção de que, embora o mercado de trabalho aquecido possa sugerir taxas de juros elevadas por mais tempo nos EUA –o que favorece o dólar–, os dados positivos reduzem o risco de recessão na maior economia do mundo.
Resultados corporativos fortes, como no caso da Apple, e a alta das commodities completaram o quadro externo positivo.
Neste cenário, os investidores globais foram em busca de ativos de maior risco, como o real brasileiro, o peso chileno e o peso mexicano, em detrimento do dólar norte-americano.
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“O payroll trouxe dados mostrando reajustes maiores de salários e desemprego em queda, o que foi positivo. A alta do petróleo também ajudou as moedas commodities, e o dólar Index (dólar ante uma cesta de moedas) devolveu (preço), porque está havendo certa redução da aversão ao risco”, avaliou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Se nos últimos dias os investidores deram preferência a ativos mais seguros em função dos receios com possível recessão nos EUA e com a turbulência no setor de crédito, nesta sexta-feira a busca foi pelo risco após os dados de emprego e os balanços corporativos.
“O pano de fundo é surpreendentemente animador. Os dados de emprego nos EUA vieram bons, o que dá segurança para o Federal Reserve manter os juros altos mais tempo. Em tese, isso dá força ao dólar. Mas o mercado hoje (sexta-feira) mostrou alívio em relação à possibilidade de recessão no país”, reforçou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM.
Na B3, às 17:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,91%, a 4,9680 reais.
No exterior, o dólar mantinha no fim da tarde perdas ante outras divisas de exportadores de commodities e leve baixa ante uma cesta de moedas.
Às 17:16 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,08%, a 101,260.
Pela manhã, o Banco Central vendeu 13.900 do total de 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.