A Vale (VALE3) provisionou US$ 500 milhões após decisão de tribunal britânico que responsabilizou a BHP pelo rompimento da barragem de Fundão, sinalizando riscos jurídicos e financeiros também para a mineradora brasileira.
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Decisão judicial no Reino Unido e seus reflexos
Em novembro de 2025, a Justiça britânica decidiu que a BHP pode ser responsabilizada pelo desastre da barragem de Fundão, ocorrido em Mariana (MG) em 2015. A decisão permite que mais de 700 mil vítimas brasileiras prossigam com ações judiciais no Reino Unido contra a mineradora anglo-australiana. A Samarco, operadora da barragem, era uma joint venture entre a BHP e a Vale, com participação igualitária.
Embora a ação judicial tenha como alvo principal a BHP, a decisão acende um alerta para a Vale, que também pode ser envolvida em processos internacionais semelhantes, dada sua corresponsabilidade na operação da Samarco.
Provisão de US$ 500 milhões: o que significa
Em resposta à decisão britânica, a Vale anunciou uma provisão contábil de US$ 500 milhões no quarto trimestre de 2025. Essa medida visa cobrir potenciais perdas relacionadas ao processo judicial em andamento no Reino Unido. A empresa destacou que a provisão não representa uma admissão de responsabilidade, mas sim uma precaução diante da complexidade e incerteza do caso.
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Impactos para investidores:
- Financeiro: A provisão pode afetar os resultados trimestrais da Vale, impactando lucros e dividendos no curto prazo.
- Risco jurídico: A decisão britânica pode abrir precedentes para novas ações judiciais internacionais, ampliando o passivo da empresa.
- Imagem e ESG: A continuidade dos desdobramentos do caso Mariana reforça a importância da governança ambiental e social, aspectos cada vez mais valorizados por investidores institucionais.
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Para a comunidade atingida, a decisão representa um avanço na busca por justiça e reparação. Para o mercado, é um lembrete de que riscos socioambientais mal geridos podem se transformar em passivos bilionários e comprometer a confiança dos investidores.
A combinação da decisão judicial no Reino Unido e a provisão de US$ 500 milhões pela Vale reforça a necessidade de atenção redobrada dos investidores aos riscos legais e reputacionais das empresas. Para a comunidade, o movimento sinaliza que a responsabilização por desastres ambientais pode ultrapassar fronteiras nacionais e abrir caminhos para reparações mais amplas.




















