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A Advocacia-Geral da União (AGU) foi informada sobre falhas graves no INSS, mas o ministro Jorge Messias poupou o sindicato ligado ao irmão do presidente Lula, gerando questionamentos sobre favorecimento político.

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Contexto da denúncia

De acordo com levantamento do Estadão divulgado na segunda-feira 17, os dados reunidos pela própria AGU indicavam que, se comprovasse problemas, o governo Lula deveria cancelar os convênios como o INSS.

Os documentos internos revelam que a AGU de Lula tinha conhecimento de irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), especialmente em processos de concessão de benefícios. Apesar disso, o ministro Jorge Messias optou por não acionar judicialmente o Sindicato dos Trabalhadores do INSS, entidade presidida por Roberto Lula da Silva, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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O ministro da AGU ao pedir à justiça o bloqueio de bens em 8 de maio de 2025, deixou de incluir seis das nove entidades citadas no relatório. O documento citava como suspeitas as entidades Sindnapi, Conafer, Master Prev, Cobap< UNipab e Abamsp.

Mesmo assim Messias não incluiu nenhuma delas nos pedidos de bloqueio e direcionou a ação apenas contra 12 outras entidades. Apenas AAPB, AP Brasil e Unaspub apareceram em ambas as listas.

A decisão levantou suspeitas de tratamento diferenciado e de possível blindagem política, já que outros sindicatos e entidades foram alvo de medidas mais duras por parte da AGU em situações semelhantes. O bloqueio de bens é uma garantia de devolução e ressarcimento caso o crime seja comprovado, o que Messias não possibilitou.

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O documento entregue ao corrgedor -geral Heráclio Mendes de Camargo Neto em 30 de agosto de 2024 e, em 3 de setembro, encaminhou o material ao ministro Messias.

Em 15 de outubro de 2024, Flávio José Roman, então advogado-geral da União Substituto, aprovou o relatório.

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Durante as reuniões de correição com 63 procuradores no Sul, eles discutiram os altos volumes de ações judiciais sobre empréstimos consignados e descontos associativos, o que o que levou o grupo a recomendar a revisão do tema e o monitoramento judicial da questão.

Os procuradores solicitaram ao Judiciário dados sobre processos para identificar irregularidades e recomendar suspensão de convÊnios, como havia ocorrido em 2019.

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Apesar de todas as confirmações do relatório a AGU de Lula afirmou que não havia elementos para uma ação judicial.

Repercussão política

A revelação provocou reação imediata na oposição, que acusa o governo Lula de uso político da máquina pública e de favorecimento familiar. Parlamentares afirmam que a atitude de Messias compromete a credibilidade da AGU e pode configurar conflito de interesses.

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Já aliados do governo defendem que a decisão buscou evitar desgaste institucional e que não há provas de favorecimento direto.

O Sindnapi do irmão de Lula e a Contag, ambos grandes arrecadadores de descontos associativos e com ligação históricas com o PT, também estão entre os alvos da operação da PF que ocorreu em abril.

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Impacto para o INSS e para os segurados

O INSS enfrenta uma fila de mais de 1,5 milhão de pedidos de benefícios pendentes, e a falta de responsabilização agrava a crise de confiança na instituição. Para especialistas, a ausência de medidas contra o sindicato pode dificultar a implementação de soluções estruturais e prolongar os problemas enfrentados pelos segurados.

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Perspectivas

Os documentos revelam que a AGU sabia das falhas no INSS, mas o ministro Jorge Messias poupou o sindicato presidido pelo irmão de Lula, gerando acusações de favorecimento e ampliando a crise de credibilidade da Previdência Social. Messias é favorito de Lula para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) liberada por Barroso que decidiu adiantar anos de sua aposentadoria.

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