Americanas admite fraude no balanço e culpa ex-diretores. Em um comunicado de fato relevante publicado nesta terça-feira, 13, a Americanas (AMER3), admitiu, pela primeira vez, a fraude no balanço, que gerou um rombo contábil de R$ 20 bilhões. Em razão disso, a companhia pediu recuperação judicial em 11 de janeiro.
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“Os documentos analisados indicam que as demonstrações financeiras da Companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas”, informou a varejista no comunicado.
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Em um comunicado de fato relevante publicado nesta terça-feira, 13, a Americanas admitiu, pela primeira vez, a fraude no balanço, que gerou um rombo contábil de R$ 20 bilhões. Em razão disso, a companhia pediu recuperação judicial em 11 de janeiro.
“Os documentos analisados indicam que as demonstrações financeiras da Companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas”, informou a varejista no comunicado.
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Essa conclusão, segundo a Americanas, consta de relatório elaborado por assessores jurídicos da administração que foi apresentado ao Conselho de Administração da varejista na segunda-feira 12. O relatório foi “baseado em documentos entregues pelo comitê de investigação independente e em documentos complementares identificados pela administração e seus assessores”.
O fato relevante cita, nominalmente, a antiga diretoria, que teria participado da fraude: ex-CEO Miguel Gutierrez, os ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e os ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes.
Gutierrez desligou-se da companhia em 31 de dezembro. Barros, Anna Christina, Meirelles, Abrate, Flávia e Nunes foram afastados em 3 de fevereiro de 2023, “assim como dos demais colaboradores identificados até o momento”.
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Entre as fraudes estão a simulação de contratos e a contratação de financiamentos sem a aprovação exigida. O comunicado relata a forma como as fraudes teriam sido feitas e, um dos estratagemas da diretoria anterior seria simular verbas de propagandas, que passaram de R$ 21 bilhões.
“Foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares, incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores. Esses lançamentos, feitos durante um significativo período, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022”, informa o comunicado.
Esses contratos fraudados não tinham “lastro financeiro associado”, informa o relatório.
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Além disso, a diretoria anterior, para gerar o caixa necessário à continuidade das operações da Americanas, “contratou uma série de financiamentos nos quais a Companhia é devedora perante instituições financeiras, sem as devidas aprovações societárias, todas inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial da companhia de 30 de setembro de 2022 na conta fornecedores”.
O relatório da varejista cita dois financiamentos: um de R$ 18,4 bilhões e outro, de R$ 2,2 bilhões, em números preliminares e não auditados. “A indevida contabilização dessas operações de financiamento nos demonstrativos financeiros da Americanas não permitiu a correta determinação do grau de endividamento da companhia ao longo do tempo”, afirma o comunicado de fato relevante.
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Por fim, um terceiro tipo de fraude consistia em “lançamentos redutores da conta de fornecedores oriundos de juros sobre operações financeiras, que deveriam ter transitado pelo resultado da Companhia ao longo do tempo”. Esses lançamentos totalizaram R$ 3,6 bilhões.
No comunicado, a varejista também informa que o relatório deverá ser apresentado às autoridades competentes, e a administração “deve avaliar as medidas visando ao ressarcimento dos danos causados pela fraude em suas demonstrações financeiras”.
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