A agência de classificação de risco Moody’s elevou o rating do Brasil de Ba2 para Ba1, mantendo a perspectiva positiva. A Moody’s aponta que a atualização reflete melhorias materiais no crédito que a instituição espera que continuem à frente. O fato aconteceu uma semana após Lula buscar convencer as agências.
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Já a Fitch Ratings afirmou na quinta-feira 26 que a política fiscal atual do Brasil e seus efeitos não estão acompanhando o forte desempenho da economia nacional e que desafios para o governo federal devem persistir e crescer no próximo ano.
Em nota, a Moody´s destacou que o país tem tido um crescimento mais robusto do que o previsto anteriormente e um histórico crescente de reformas que têm dado resiliência ao seu perfil de crédito, ainda que a credibilidade do arcabouço fiscal seja “moderada”.
“Por sua vez, um crescimento mais robusto e uma política fiscal consistentemente aderente ao arcabouço fiscal permitirão que o ônus da dívida se estabilize no médio prazo, embora em níveis relativamente altos”, afirmou a agência.
Segundo a Moody’s, na ausência de choques, a aderência ao arcabouço permitirá que a dívida se estabilize em torno de 82% do Produto Interno Bruto (PIB) no médio prazo.
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“A despeito de uma carga de dívida relativamente alta, a solidez fiscal do Brasil se beneficia de um grande mercado interno que permite ao governo emitir principalmente em moeda nacional e de ativos líquidos consideráveis no valor de cerca de 15% do PIB”, afirmou a agência.
A avaliação da Moody´s é que o crescimento da economia do país nos próximos anos permanecerá amplo, com a demanda interna impulsionada por um mercado de trabalho relativamente forte.
A agência de risco havia alterado, em maio, a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva, apontando que um crescimento robusto, combinado a um progresso gradual em direção à consolidação fiscal, poderia permitir a estabilização da dívida.
Em nota após o anúncio, o Tesouro reforçou que a agência disse esperar uma melhora gradual nos resultados primários do país.
“O Ministério da Fazenda reafirma seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais, empreendendo esforços para aumentar a arrecadação e conter gastos”, disse o Tesouro.
“Além de estabilizar a relação dívida/PIB, um balanço fiscal mais robusto contribuirá para a redução das taxas de juros e a melhoria das condições de crédito, criando um ambiente favorável à expansão dos investimentos públicos e privados.”
Lula e Haddad fazem reunião para negociar elevação de rating
O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram na segunda-feira (23) em Nova York com representantes das agências de classificação de risco Moody’s e Standard & Poor’s (S&P).
Ao fim da reunião, Haddad avaliou que “o prognóstico é bom” – e que, segundo as projeções do governo, a nota de crédito do Brasil deve voltar a melhorar nos próximos anos.
Uma das funções dessas agências é analisar os riscos de se investir em cada país – e dizer quais economias ao redor do mundo têm o chamado “grau de investimento”, ou seja, são apostas mais seguras para os investidores e têm baixo risco de calote.
O Brasil já teve “grau de investimento” no início dos anos 2010, mas perdeu esse selo após a crise e a recessão econômica a partir de 2015 com Dilma. O governo tenta, agora, recuperar esse posto. A reunião, segundo Haddad, aconteceu a pedido de Lula.
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Com a elevação do rating pela Moody’s, o Brasil fica a um passo do grau de investimento pela agência. Confira abaixo as notas de crédito:
Ratings de Longo Prazo (vencimentos de um ano ou mais)
Grau de Investimento
Aaa – “gilt edged” – O mais alto grau
Aa1, Aa2, Aa3 – grau alto
A1, A2, A3 – grau médio-alto
Baa1, Baa2, Baa3 – grau médio
Grau Especulativo
Ba1, Ba2, Ba2 – elementos especulativos
B1, B2, B3 – carece de características de um investimento desejável
Caa1, Caa2, Caa3 – papéis de fraca condição
Ca – altamente especulativo
C – o mais baixo rating, perspectivas extremamente fracas de atingir qualquer condição real de investimento