A apresentadora Márcia Goldschmidt , que ficou conhecida por estar a frente do programa “Mulheres” da TV Gazeta no início dos anos 2000, está envolvida em uma batalha judicial com a empresa XP Investimentos. Ela acusa a corretora de negligência e falhas na condução de seus investimentos , e afirma que teria tido um prejuízo de US$ 3 milhões (R$ 17 milhões) em seu patrimônio.
Uma notificação judicial foi entregue à empresa, e a medida busca um acordo para a reparação das perdas. De acordo com a defesa da apresentadora, no entanto, é provável que o caso seja resolvido apenas em vias jurídicas.
Márcia era cliente do Credit Suisse que após os gerentes de sua conta irem trabalhar na XP Investimentos a convenceram a migrar também. Segundo ela, os mesmos a convenceram de levar parte das aplicações para a corporação, ainda em território nacional. Quando se mudou para a Europa, os colaboradores ligavam insistentemente, para que a conta internacional fosse aberta.
Ela afirma que conheceu a estrutura da XP na Europa, e que a corretora cuidou da abertura das contas e da criação de holdings em Malta. Um preposto na Europa ainda teria sido escolhido para atender Marcia.
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“[Isso] Baseado na premissa de que eu estaria preservando meu patrimônio de uma vida inteira de trabalho e de que eu não entendia do funcionamento do mercado europeu”, afirma.
Entretanto, um primeiro prejuízo aconteceu em 2020, em uma operação remessa de recursos para as contas na Europa. Era necessário que um valor de câmbio fosse fechado para fazer a transação. O consultor teria optado por aguardar um momento melhor, mas, por conta da pandemia da Covid-19, o dólar só ficou mais desfavorável.
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A apresentadora afirma que a corretora dizia que a operação não traria prejuízos: “Mas eu perdi, [perdi] o trabalho de uma vida”, diz Márcia.
Por conta da variação do câmbio, Márcia teria perdido mais de US$ 500 mil. Ao tentar recuperar parte do valor, o consultou fez uma operação a termo em dólar, que resultou numa perda de US$ 1,5 milhão.
A notificação explica que foram diversas transações irregulares que, somando, dera, um prejuízo de US$ 3 milhões. “Esse rombo de uma vida inteira de trabalho está acabando comigo. Não são só perdas financeiras, estou tendo perdas emocionais, porque eu entrei em burnout”.
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A apresentadora afirma que o dinheiro dela foi apostado: “Hoje, eu entendo que foi feito uma aposta com meu dinheiro, não um investimento. Uma coisa é você querer proteger, outra é apostar”.
Assim, ela afirma que seu prejuízo já ultrapassa R$ 16 milhões. Ela diz ainda que alegavam que seu patrimônio e gastos eram em euros. Após convencerem com os inúmeros argumentos, os recursos foram levados de vez. Sem poder opinar muito, por não dominar o segmento, uma série operações foram feitas em sua conta.
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Quando Márcia questionou sobre os danos, o retorno da empresa foi ficando sem clareza e o suporte era vago: “Eu fiz isso baseado na confiança do Grupo XP. Não é uma instituição da esquina e sim uma instituição enorme! Eu deixei que gerenciassem o meu patrimônio com liberdade, porém, não explicavam efetivamente o que estavam fazendo”, disparou a personalidade da mídia.
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De acordo com Goldschmidt, existiu falta de transparência no tratamento com o cliente. Além disto, a corretora de valores alega que pelo valor do seu patrimônio ela era uma investidora profissional: “Sou apresentadora de televisão. Desde quando sou profissional do mercado financeiro? Se eu fosse, não precisaria contratar a XP”. A instituição também tentou proibi-la, por meio de uma notificação, de falar com a imprensa ameaçando com penalização.
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Dr. Adilson Bolico, que trabalha na defesa da comunicadora relatou que recentemente uma notificação judicial já foi protocolada contra a XP Investimentos. A empresa teria respondido negando tudo e jogando a responsabilidade para uma estrutura da Europa. Prestando o suporte jurídico, o advogado afirma que a instituição que promete segurança e rentabilidade, possui uma série de problemas percebidos nos últimos tempos.
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“A XP tocava tudo, sem que ela tivesse o devido controle. Márcia foi altamente prejudicada, isso dentro de um contexto inclusive, onde ela estava com uma alta fragilidade familiar e os problemas de saúde com a filha. O consultor prometia que ela não ia perder [o dinheiro] e o resultado é totalmente outro”, disse Bolico em entrevista a Léo Dias.
A XP afirmou em nota que, em respeito à legislação, não iria comentar o caso que estava em andamento na Justiça. “Investimentos fora do Brasil seguem regulações locais e não podem ser avaliados sob a ótica brasileira. A XP preza pela qualidade no relacionamento com seus mais de 5 milhões de clientes, reconhecida pelos prêmios que acumula no seu segmento de atuação.”