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Ata do Copom apresenta preocupação com rumo inflacionário e possível manutenção da Selic por mais tempo

Brasil deve ter Selic a 5,75

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central destacou a “resiliência” da atividade econômica e o aumento das expectativas de inflação entre as razões para interromper a queda da taxa básica de juros. E avisou que futuros ajustes na Selic serão ditados pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta”. Os comentários constam da ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (25).

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Na semana passada, os membros do colegiado decidiram, por unanimidade, manter a Selic em 10,5% ao ano. A decisão foi criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Apesar da votação unânime, ela culpou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e a imprensa pela interrupção no ciclo de redução dos juros.

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Na ata publicada nesta terça, o Copom afirma mais de uma vez que o desempenho da economia tem superado as expectativas do colegiado. A “desancoragem” das expectativas de inflação – isto é, o aumento da distância entre as projeções e a meta – também é citada várias vezes.

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Os membros do comitê afirmam que reduzir as expectativas de inflação “requer uma atuação firme da autoridade monetária”, mas não só. Em recado ao governo Lula, defendem que também é necessário “o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”.

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“No que se refere ao cenário doméstico, o mercado de trabalho e a atividade econômica, em particular o consumo das famílias, têm surpreendido e divergido do cenário de desaceleração previsto. Além disso, houve nova elevação das projeções de inflação tanto para 2024 quanto para 2025”, diz trecho da ata.

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De acordo com o economista-chefe da corretora XP, Caio Megale, a ata sugere um cenário de taxa Selic estável em 10,5% “por um longo período”. Mas ele destaca que o Copom “está ficando mais preocupado” com as perspectivas de inflação.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou a ata do Copom em conversa rápida com jornalistas nesta manhã. “[A ata] transmite a ideia de que está havendo uma interrupção para avaliar cenário interno e externo, para que o Copom fique à vontade para tomar decisões a partir de novos dados”, disse.

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