O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com um lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões, representando uma queda de 20,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado ficou significativamente abaixo das expectativas do mercado: analistas consultados pela Reuters previam um lucro de R$ 9,23 bilhões, enquanto o consenso da Bloomberg era de R$ 9,10 bilhões e projeções de grandes bancos como BTG Pactual e Itaú BBA giravam em torno de R$ 9 bilhões a R$ 9,6 bilhões.
MAIS: Hotel escolhido por Lula na China é para milionários, com xicara…
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui
SAIBA: Governo Lula em três meses já tem recorde histórico de gastos com viagens…
Em comparação ao quarto trimestre de 2024, o lucro do banco também registrou retração expressiva, caindo 23%. Esse desempenho negativo interrompe uma sequência de 16 trimestres consecutivos de crescimento anual dos lucros do Banco do Brasil.
AINDA: Petistas e parlamentares de esquerda brigaram para manter descontos do INSS que levaram a fraude
Principais Indicadores do Trimestre
- Lucro Líquido Ajustado: R$ 7,37 bilhões (-20,7% em 12 meses; -23% em relação ao 4T24)
- Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE): 16,7%, queda de quase 5 pontos percentuais em um ano (era 21,7% no 1T24)
- Ativos Totais: R$ 2,421 trilhões (+5% em 12 meses)
- Carteira de Crédito: R$ 1,277 trilhão (+14,4% em 12 meses), puxada por alta de 22,4% na carteira PJ
- Índice de Inadimplência: 3,9% (alta de 0,96 ponto percentual em um ano)
- Margem Financeira Bruta: R$ 23,88 bilhões (-7,2% em 12 meses)
- Receita com Serviços: R$ 8,36 bilhões (+0,2% em 12 meses)
Fatores que Impactaram o Resultado
O desempenho do Banco do Brasil foi prejudicado principalmente por dois fatores:
- Aumento da inadimplência: Houve agravamento na inadimplência da carteira de agronegócios, que subiu para 3,04%. O índice geral de inadimplência do banco atingiu 3,9% no trimestre, refletindo um cenário mais desafiador para o crédito, especialmente no segmento Agro.
- Novas regras contábeis: O banco passou a adotar a resolução 4.966/21, que alterou critérios de contabilização e trouxe maior rigor para provisões e reconhecimento de perdas, aumentando a incerteza sobre os resultados futuros.
Além disso, a margem financeira do banco foi impactada negativamente, com queda de 7,2% em relação ao ano anterior, e o resultado da tesouraria sofreu retração de quase 40%.
MAIS: Inadimplência no Brasil atinge recorde histórico em abril de 2025 sob gestão Lula
Suspensão das Projeções do Banco do Brasil para 2025
Em comunicado relevante, o Banco do Brasil anunciou a suspensão de suas projeções corporativas para 2025, incluindo estimativas para custo do crédito, margem financeira bruta e lucro líquido ajustado. A decisão reflete o ambiente de maior incerteza, impulsionado tanto pelo aumento da inadimplência quanto pelas mudanças regulatórias.
“O primeiro trimestre foi um período de transição, especialmente por conta da nova regulação da contabilização e do aumento da inadimplência no segmento Agro. Diante deste cenário, ratifico que seguimos focados no nosso compromisso de entregar um resultado condizente com o tamanho do Banco do Brasil”, destacou Tarciana Medeiros, presidente do banco.
O resultado do primeiro trimestre de 2025 marca uma inflexão importante para o Banco do Brasil, que vinha em trajetória de crescimento. A combinação de inadimplência elevada e um cenário macroeconômico desafiador levou não apenas à queda do lucro, mas também à suspensão de projeções para o ano, sinalizando cautela diante das incertezas do mercado e da própria carteira de crédito do banco.