A IG4 Capital fechou acordo para assumir a participação da Novonor na Braskem (BRKM5), em uma operação que envolve a compra de R$ 20 bilhões em dívidas. O negócio marca um passo decisivo na reestruturação da petroquímica e na saída gradual da Novonor, antiga Odebrecht envolvida em escândalos de corrupção de gestões passadas do PT, de seu controle histórico.
A Braskem anunciou nesta segunda-feira (15) que a Novonor assinou acordo de exclusividade com a gestora de investimentos IG4 Capital para a venda de sua participação na companhia. O movimento ocorre em meio ao processo de reestruturação da dívida da Novonor, que soma cerca de R$ 20 bilhões, e representa uma das maiores transações recentes no setor petroquímico brasileiro.
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Segundo comunicado, a operação prevê a transferência da fatia da Novonor para um fundo da IG4, que passará a deter 50,111% do capital votante e 34,323% do capital total da Braskem. Após a conclusão, a Novonor permanecerá com apenas 4% da empresa, reduzindo drasticamente sua influência sobre a companhia.
O anúncio repercutiu no mercado: as ações da Braskem registraram valorização significativa, refletindo a expectativa positiva dos investidores quanto à entrada da IG4 e à redução da exposição da Novonor, historicamente marcada por dificuldades financeiras.
Novonor (antiga Odebrecht) vinha enfrentando forte pressão para reduzir dívidas e reorganizar seus ativos.
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- IG4 Capital se posiciona como player relevante em reestruturações e aquisições de empresas em situação complexa.
- A operação pode abrir espaço para novos investimentos e parcerias estratégicas na Braskem, além de melhorar sua percepção junto ao mercado.
Os principais bancos credores que pressionaram pela negociação da participação da Novonor na Braskem foram: Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e BNDES. Esses bancos detinham cerca de R$ 20 bilhões em créditos garantidos pelas ações da Braskem e tinham interesse direto em resolver a situação de endividamento da Novonor.
Detalhes da pressão dos bancos
- Itaú Unibanco, Santander e Bradesco: grandes credores privados, buscavam reduzir exposição ao risco da Novonor e acelerar a liquidação dos créditos.
- Banco do Brasil e BNDES: como instituições públicas, também tinham interesse em dar solução ao passivo, mas precisavam alinhar a operação com a Petrobras e o governo.
- Motivação principal: os bancos estavam há anos com créditos travados pela crise da Novonor (antiga Odebrecht) e pressionaram por uma saída que desse liquidez e segurança.
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Como isso influenciou o acordo
- A venda da dívida para o fundo Shine I FIDC, assessorado pela IG4 Capital, só ocorreu porque os bancos aceitaram transferir seus créditos.
- Essa pressão foi decisiva para que a Novonor perdesse o controle da Braskem e a IG4 assumisse a posição de acionista controlador.
- Sem o aval dos bancos, a operação não teria avançado, já que eles eram os principais detentores das garantias sobre as ações da Braskem.
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Condições impostas pelo governo Lula através da Petrobras no acordo IG4–Novonor–Braskem
- Manutenção da governança compartilhada
- A Petrobras exigiu que, mesmo com a entrada da IG4 como novo controlador, continuasse a ter poder de influência nas decisões estratégicas da Braskem.
- Isso significa que a IG4 não poderia assumir controle absoluto sem considerar a posição da estatal.
- Validação regulatória
- A operação ficou condicionada à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e de outros órgãos reguladores, para evitar concentração de poder e garantir transparência.
- Proteção contra riscos financeiros e ambientais
- A Petrobras buscou assegurar que a nova estrutura acionária não transferisse para ela responsabilidades adicionais ligadas às dívidas da Novonor ou aos passivos ambientais da Braskem (como o caso de Maceió, relacionado ao afundamento de solo).
- Estabilidade acionária
- A estatal exigiu que a transação trouxesse redução da exposição da Novonor envolvida em escândalos de corrupção dos governos anteriores do PT, considerada frágil financeiramente, e maior estabilidade para a Braskem.
- Isso foi atendido: a Novonor ficou com apenas 4% de participação residual, sem poder de voto.

Impacto das condições
- A Petrobras conseguiu preservar sua posição estratégica sem assumir novos riscos.
- A IG4 teve que estruturar o negócio de forma a tranquilizar a estatal e os reguladores, garantindo que a entrada do novo controlador fosse vista como positiva para o mercado.
- O aval da Petrobras foi decisivo para que os bancos credores aceitassem vender a dívida de R$ 20 bilhões e a operação fosse concluída.
Em resumo: A Petrobras impôs condições ligadas à governança compartilhada, aprovação regulatória, proteção contra passivos e estabilidade acionária. Sem esse alinhamento, o governo Lula teria barrado a transação.





















