O Ibovespa voltou a cair, depois da leve alta de ontem. Hoje, o principal índice da Bolsa brasileira fechou com baixa de 0,99%, aos 126.589,84 pontos, uma perda de 1.269,79 pontos. No últimos quatro pregões, a queda acumulada foi de mais de 2%. Dólar comercial também inverteu a trajetória e agora subiu: mais 0,29%, a R$ 5,58. O mesmo ocorreu com os juros futuros (DIs), que avançaram por toda a curva, após as baixas de ontem.
O problema fiscal no Brasil permanece, após o anúncio de cortes feito pelo governo federal nos últimos dias. Analistas apontam que tem visto uma curva de juros mais estressada no Brasil do que as Treasuries, que são os títulos de dívida emitidos pelo governo dos EUA e que ela chama de “mãe de todas as curvas” de juros.
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“Os avanços na agenda fiscal, com o congelamento do Orçamento, com o governo sendo mais vocal na contenção de despesas – diferente do que se viu há um mês – tem favorecido com a retirada de prêmio da curva no longo prazo”, explicam.
Ao mesmo tempo, a equipe econômica do governo federal reduziu as projeções de arrecadação extraordinária com julgamentos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) oriundas da mudança nas regras para o voto de qualidade em situações de empate. Segundo o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) do terceiro bimestre, divulgado ontem, o governo federal agora espera que a nova regra garanta R$ 37,711 bilhões em receitas de julho a dezembro, ante R$ 55,647 bilhões da versão anterior relatório, publicado dois meses atrás.
Os economistas destacam que o governo tem mantido suas projeções de receitas superdimensionadas e não descartam uma volta em breve de discussões a respeito da mudança da meta de resultado primário. O relatório destaca que, desde o início do ano, o governo optou por fazer pequenos ajustes em cada relatório bimestral, tanto do lado das receitas como das despesas.
Ações brasileiras continuam apanhando
A Vale (VALE3) perdeu 1,34%, com o minério de ferro atingindo a mínima de três meses. A preocupação é com que força a China consegue injetar estímulos na sua economia. Ontem, reduziu sua taxa de juros, mas o impacto nos negócios ainda foi limitado, derrubando as ações locais. Não tá fácil nos EUA, não tá fácil no Brasil, não tá fácil na China.
Mas os líderes do G20 preferem ser otimistas. “Estamos animados com a probabilidade cada vez maior de uma aterrissagem suave da economia global, embora vários desafios permaneçam”, disse a minuta do comunicado do grupo, referindo-se a um cenário em que a inflação é controlada sem desencadear uma recessão dolorosa ou um salto acentuado no desemprego.
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Enquanto a otimista projeção não se concretiza, no mundo real, o petróleo internacional teve mais um dia de queda, também com desconfianças sobre a demanda, já que a China é a maior importadora, e com os avanços de acordo entre Israel e Hamas. Com isso, Petrobras (PETR4) desceu 1,29%. As petro juniores também apresentaram quedas consistentes: PRIO (PRIO3), por exemplo, recuou 1,99%.
Na contramão a Sabesp (SBSP3) já privatizada permanece em sua trajetória de alta e subiu 1,89%, desde que Tarcísio de Freitas, assumiu a gestão do Estado de São Paulo.
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Bancos e varejo
No campo financeiro, Santander (SANB11) solta balanço nesta quarta-feira, antes da abertura do mercado e as ações caíram 1,36%. A XP projeta que o banco mantenha sua tendência positiva, com ganhos contínuos de eficiência. A projeção LSEG é de um lucro de R$ 3,1 bilhões no segundo trimestre.
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Quem já divulgou balanço foi o Carrefour (CRFB3), com aumento na base anual de 412,5% no lucro líquido ajustado no segundo trimestre de 2024, alcançando R$ 151 milhões. Entretanto, a ação caiu 3,36%, com investidores também embolsando lucros após forte alta de 4,39% na véspera, sessão antes do balanço.
Outra queda significativa foi de Vivo (VIVT3), que perdeu 2,02%, com acordo para adquirir a IPNET, uma parceira do Google e empresa de transformação digital sediada no Brasil. A IPNet revende produtos como Google Cloud Platform e Google Workspace. O valor da aquisição foi divulgado em R$ 230 milhões (US$ 41,3 milhões).
Apenas cinco ativos subiram nesta terça, mas sem dúvida o destaque é Embraer (EMBR3), que decolou 8,47%, após a forte baixa de ontem, de mais de 7%. Hoje, durante a feira do setor, a Farnborough International Airshow, a companhia anunciou a venda de seis aeronaves modelo A-29 Super Tucano para a Força Aérea do Paraguai, sem detalhar valores.
A Hapvida (HAPV3) informou ontem que celebrou memorando de entendimentos com a gestora de recursos Riza para o custeio de dois novos hospitais nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro na modalidade “build to suit”, isto é, feito sob medida para as necessidades do locatário. Os analistas reiteraram compra de HAPV3, mas o papel terminou no zero a zero.
